Basta começar a anoitecer que a Avenida Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, fica repleta de garotas de programa. Mas um fato que está chamando a atenção, é que boa parte das jovens que se prostituem no local são menores de idade. Geralmente, os clientes chegam em seus carros, abaixam os vidros e começam a negociar. Com nomes fictícios, maquiagens caprichadas e poucas roupas, as adolescentes cobram, em média, R$ 100 por programa, e muitas delas são deixadas na área pelos pais.

De acordo com mulheres que também se prostituem na Zona Sul do Recife, é frequente a presença de jovens menores de idade. “Tem muitas ali, mas eu não vou. Não vou porque dá bronca”, comentou uma delas, quando questionada se participaria de um programa com uma adolescente.

Moradores

Os moradores estão revoltados com a falta de fiscalização dos órgão competentes. Basta sair de casa à noite para se deparar com os pontos de prostituição. “Sou mãe de duas crianças e procuro não olhar. A gente percebe que elas também não queriam estar aqui”, comentou uma moradora sem se identificar. Outra moradora chegou a ser confundida com uma garota de programa. “Várias vezes”, disse ela.

Denúncias

André Torres, coordenador do Conselho Tutelar do Recife, explicou como proceder para denunciar casos de exploração sexual de menores. “De imediato, tem que se comunicar à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e se for flagrante delito ligar para o 190”, disse.

Ainda de acordo com André, se ficar comprovado que a criança está sendo explorada pelos pais, o Conselho Tutelar deverá ser notificado para tomar as medidas cabíveis.