De acordo com uma pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Recife é a capital com maior queda na qualidade de vida do Brasil. Fatores como violência, trânsito, expectativa de vida, saúde e trabalho infantil foram alguns indicadores utilizados na medição. “Setores específicos da administração pública acabaram se depreciando em virtude da ausência de recursos. Segurança pública, por exemplo”, comentou Glauber Lemos, sociólogo.

O resultado da pesquisa se reflete na situação das pessoas mais necessitadas. A família de dona Angélica, 42 anos, composta por nove pessoas, tenta se virar como pode. “Quando eu vim morar aqui, isso era um quarto. A gente recebe RS 700 reais para sobreviver. Eu vivo em um terror”, comentou a tapioqueira. A dona de casa Jeane Barros, 18 anos, tem duas filhas e sonha em terminar os estudos para conseguir um emprego. “Eu só quero realizar o sonho da minhas filhas de dar o que elas pedirem”, disse a jovem.

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Ainda segundo o sociólogo Glauber Lemos, a curto prazo, só um esforço muito grande dos políticos poderia mudar a situação. “Direcionar os recursos para as áreas de saúde, segurança, transporte e mobilidade urbana, proporcionaria uma mudança na qualidade de vida”, complementou.