O paciente Ronaldo Alves, 48 anos, com suspeita de botulismo, deverá sair da UTI do Hospital Oswaldo Cruz para a enfermaria nas próximas 48 horas. Ele é uma das três pessoas de uma mesma família que apresentou sintomas da doença e foram internadas na semana passada.

Em coletiva concedida no final da manhã desta terça-feira (30), o médico Demétrius Montenegro, chefe do setor de infectologia do Oswaldo Cruz, informou que o quadro de saúde de Ronaldo não é mais considerado grave. "Clinicamente ele está muito bem e apresentando uma evolução significativa."

O médico explicou que a paralisia facial apresentada inicialmente está sendo revertida, mas o paciente continua utilizando uma sonda para ajudar na alimentação. "Ainda é cedo para falar em previsão de alta médica, mas ele está reagindo muito bem e não apresentou nenhuma infecção. No máximo, em 48 horas, ele vai para enfermaria, onde continuará recebendo os cuidados médicos", explicou o infectologista.

Os outros dois pacientes são os pais de Ronaldo. Lúcia Barbosa, 65, e José Ronaldo, 69, estão internados em hospital particular e o estado de saúde deles não foi divulgado. O casal deu entrada na unidade de saúde no último dia 24 de janeiro e, no dia seguinte, Ronaldo foi internado no Oswaldo Cruz.

A doença não é transmitida entre pessoas, mas por meio de toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Houve suspeita de que um torta de frango tivesse provocado a contaminação, mas isso também já foi descartado.

Alimentos recolhidos

Segunda-feira (29), a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica de Olinda coletaram outros alimentos na casa da família, localizada em Peixinhos, em Olinda, no Grande Recife, para realização de novos testes. Amostras de charque, queijo do reino, mel e goiabada em calda que estavam com prazo de validade vencidos ou mal acondicionadas serão encaminhadas ao Instituto Adolf Lutz, em São Paulo, para exames.