A morte do agente penitenciário Roberto Murilo, 37 anos, assassinado a tiros por um detento, no Presídio Marcelo Francisco Araújo, (Pamfa), no Complexo do Curado, foi para o Ministério Público de Pernambuco, uma tragédia anunciada. O promotor das execuções penais Marcellus Ugiette, o crime denuncia a fragilidade na segurança dos presídios pernambucanos.

"A gênese do problema é que já começa errado, o preso não podia estar solto, andando pelo meio do pátio, drogado, não podia estar drogado porque o Estado não devia deixar que drogas dentro da unidade prisional, com uma faca na mão, enfim, uma série de erros e desmando.", afirmou o promotor. A falta de agentes penitenciários fez com que unidades recorram a medidas polêmicas.

No mesmo complexo onde o assassinato aconteceu, detentos são selecionados para auxiliar na revista. Um video gravado neste mês mostra presos segurando sacolas, na área de segurança, que deveria ser restrita aos agentes penitenciários. "Agora certamente o Estado vai fazer um discurso que vai resolver, mas essa tragédia já vem se repetindo por vários episódios, esse não foi o primeiro.", concluiu Ugiette. O MPPE fez uma recomendação para que o Estado não permita que detentos auxiliem na revista, mas a denúncia é que essa prática continua.

Governo

O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, reconheceu que há um déficit de agentes nos presídios, mas disse a segurança nas unidades também são realizadas por "equipamentos de controle muito mais eficientes". "Há déficit? há. Agora o presidente do sindicato tem um número mágico de há cada cinco presos tem que ter um agente penitenciário. É preciso entender que vigilância em presídio não é mais pessoal, a vigilância é muito mais monitoramento eletrônico. Nós temos imagens, monitoramento, equipamentos de controle muito mais eficientes, agora, os agentes são essenciais.", falou Pedro Eurico.