Queda do Avião

PF apresenta conclusões sobre acidente de Eduardo Campos

TV Jornal / Blog de Jamildo
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Publicado em 06/08/2018 às 15:15

-Foto: Michele Souza / Acervo / JC Imagem

Às vésperas de serem completados quatro anos da queda do avião que matou o ex-governador e presidenciável Eduardo Campos, no dia 13 de agosto em 2014, em Santos, no litoral de São Paulo, em plena campanha eleitoral, a Polícia Federal apresenta, nesta segunda-feira (6), em São Paulo e no Recife, as conclusões do inquérito que apura as circunstâncias do acidente, que vitimou mais seis pessoas.

Em abril de 2018, o advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador do PSB, anunciou que foi à PF e à Justiça Federal em Santos (SP) pedir investigação sobre uma possibilidade de ter havido “sabotagem” no avião usado pelo socialista na campanha de 2014. Já em julho deste ano, o advogado e irmão do ex-governador Antônio Campos protocolou petição em Santos, na DPF, em que insiste que o laudo do CENIPA deve ser desprezado e que é fundamental o acesso a uma prova negada pelo CENIPA, os dados coletados nos motores do avião.

Uma das reuniões foi realizada, nesta segunda (6), nas dependências da Polícia Federal no Aeroporto dos Guararapes, às 10h30. A segunda reunião será realizada, nesta terça-feira (7), nas dependências da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, às 10 horas.

Os locais foram escolhidos pela própria PF para apresentar às famílias o trabalho desenvolvido pelo órgão de inteligência, de modo discreto, sem exposição antecipada ou simultânea para a imprensa. As duas localidades foram pensadas considerando os locais de residência dos passageiros e dos pilotos vitimados.

Há cerca de dois meses, o delegado da PF Rubens José Maleiner já havia informado aos familiares que entregaria o seu relatório sobre o acidente no final de julho de 2018, antes do acidente completar 4 anos.

O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo, aos 49 anos, durante a campanha das eleições presidenciais de 2014. Na época, Campos era candidato pelo PSB e embarcou em um jato Cessna 560XL do Rio de Janeiro com destino ao Guarujá, no litoral paulista. Além do candidato, estavam no avião outras seis pessoas: os assessores Pedro Valadares e Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo, o cinegrafista Marcelo Lira e mais dois pilotos.

O acidente ocorreu quando o avião arremeteu no momento do pouso, em decorrência do mau tempo em Santos, também no litoral paulista.

Polêmica com Cenipa

Em julho deste ano, o advogado e irmão do ex-governador Antônio Campos protocolou petição em Santos, na DPF, em que insiste que o laudo do CENIPA deve ser desprezado e que é fundamental o acesso a uma prova negada pelo CENIPA, os dados coletados nos motores do avião.

Antônio Campos também solicitou nos autos da ação de produção de provas a requisição pelo Juiz Federal de tal prova, “de grande importância na investigação”, segundo a família.

Na época, Antônio Campos informou que foi procurado por peritos que acompanham o caso e que eles apontaram a possibilidade de “sabotagem” que antes, de acordo com o próprio advogado, ele “resistia a admitir”. Com base nisso, o irmão de Eduardo Campos entrou com um requerimento para dar conhecimento às autoridades do que considera ser “fortes indícios” e pedir “rigorosa apuração” do inquérito aberto para investigar a queda do avião.

Em petição enviada à Polícia Federal, o advogado trouxe à tona um elemento que, para ele, pode “mudar o curso da investigação” e “transformar o acidente em homicídio culposo ou doloso”. O documento foi enviado ao delegado responsável pelo caso, Rubens José Maleiner.

Esse elemento seria a informação de que o sensor de velocidade (speed sensor) da aeronave não estaria em funcionamento durante o voo, segundo a petição de Campos.

“O speed sensor da aeronave à toda evidência foi desligado, intencional ou não, sendo essa última hipótese de não intencional improvável, o que caracteriza que o avião foi preparado para cair, o que caracteriza sabotagem e homicídio culposo ou doloso. Tal fato é grave e relevante na investigação da causa do acidente, podendo mudar o curso da investigação”, diz o documento.

Campanha eleitoral

A queda do avião teve forte impacto na eleição estadual daquele ano, quando foi eleito o governador Paulo Câmara, indicado por Campos. Ainda hoje é assim. Neste sábado, na convenção do PTB e aliados, o candidato de oposição ao governo do Estado Armando Monteiro usou o episódio para criticar o sucesso de campos.

“Sabemos que a eleição de 2014 não foi uma eleição em que apenas se elegeu um governador. Foi uma homenagem ao ex-governador Eduardo Campos. Mas essa justa homenagem se seguiu de uma grande decepção. Esse governo tem a marca da omissão: falhou na saúde, na educação, na segurança.”, afirmou.

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