Denúncia

Motorista banido da Uber por assédio deve ser indiciado por 'perturbação da tranquilidade'

"Ela estava com um short do tipo Anitta, com uma mini blusa, com as pernas abertas no banco, me chamando a atenção', disse o motorista

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 19/02/2020 às 16:19
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O motorista banido do Uber depois de assediar uma adolescente de 17 anos se apresentou a polícia À Delegacia da Mulher, na última terça-feira (18). Ele deve ser indiciado por perturbação da tranquilidade, que prevê multa ou prisão em regime aberto. O caso ocorreu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Após prestar depoimento por cerca de duas horas, o motorista negou o crime de assédio e, durante entrevista, colocou a culpa na adolescente pela roupa que ela estava usando.

"Ela estava com um short do tipo Anitta, com uma mini blusa, com as pernas abertas no banco, me chamando a atenção. Se você tivesse visto como, como eu relatei no início, a posição que ela sentou no banco, chamando a atenção para que eu olhasse, com as pernas abertas, braços para trás, puxando conversa, você diria: puxa vida, não é tão errado ele ter dito isso, porque ela deu todos os indícios de que estava dando bola para ele", argumentou o motorista.

Repercussão

Nas redes sociais, famosos saíram em defesa da adolescente, inclusive, a cantora Anitta – citada pelo suspeito de assédio. A denúncia por assédio aconteceu na tarde do último domingo (16) e repercute na internet.

Confira nota na íntegra da Uber

A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi banida assim que a denúncia foi feita.

A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.

Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.

Desde 2018 a Uber tem um compromisso público para enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, materializado no investimento em projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, que inclui campanhas contra o assédio e podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, entre outras ações. Em novembro, a Uber anunciou um investimento de R$ 5 milhões para continuidade desse compromisso ao longo dos próximos anos.

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