O motorista banido do Uber depois de assediar uma adolescente de 17 anos se apresentou a polícia À Delegacia da Mulher, na última terça-feira (18). Ele deve ser indiciado por perturbação da tranquilidade, que prevê multa ou prisão em regime aberto. O caso ocorreu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Após prestar depoimento por cerca de duas horas, o motorista negou o crime de assédio e, durante entrevista, colocou a culpa na adolescente pela roupa que ela estava usando.
"Ela estava com um short do tipo Anitta, com uma mini blusa, com as pernas abertas no banco, me chamando a atenção. Se você tivesse visto como, como eu relatei no início, a posição que ela sentou no banco, chamando a atenção para que eu olhasse, com as pernas abertas, braços para trás, puxando conversa, você diria: puxa vida, não é tão errado ele ter dito isso, porque ela deu todos os indícios de que estava dando bola para ele", argumentou o motorista.
Repercussão
Nas redes sociais, famosos saíram em defesa da adolescente, inclusive, a cantora Anitta – citada pelo suspeito de assédio. A denúncia por assédio aconteceu na tarde do último domingo (16) e repercute na internet.
Confira nota na íntegra da Uber
A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi banida assim que a denúncia foi feita.
A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.
Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.
Desde 2018 a Uber tem um compromisso público para enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, materializado no investimento em projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, que inclui campanhas contra o assédio e podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, entre outras ações. Em novembro, a Uber anunciou um investimento de R$ 5 milhões para continuidade desse compromisso ao longo dos próximos anos.