Litoral

Vídeo: Mais caixas 'misteriosas' são encontradas no Litoral de Pernambuco

Caixas misteriosas apareceram em 2018 no litoral nordestino e voltaram a aparecer neste mês

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 29/06/2020 às 14:52
Cortesia
FOTO: Cortesia

Após voltarem a ser avistadas nesse domingo (28), mais caixas de borracha apareceram no Litoral de Pernambuco na manhã desta segunda-feira (29). De acordo com informações apuradas pela produção do Por Dentro com Cardinot, as imagens foram feitas por banhista que caminhava na faixa de areia da Praia de Ponta de Pedras, em Goiana.

>>"Caixas misteriosas são prejuízo significativo ao meio ambiente", diz pesquisador

>>Novas caixas 'misteriosas' são encontradas no Litoral Sul de Pernambuco

Alerta

O biólogo, pesquisador, oceanógrafo e professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE), Clemente Coelho Junior, pede que as pessoas evitem tocar nesse material e alerta que as caixas são um “prejuízo significativo para o meio ambiente”.

Nota da Marinha

Em nota, a Marinha do Brasil informa que não foram registrados acidentes náuticos na região que justifiquem o aparecimento das caixas de borracha no Litoral do Nordeste desde 2018. A Marinha disse ainda que as capitanias dos portos envolvidas estão acompanhando a situação.

Novas caixas

O registro dos objetos foi feito pela agrônoma Martha Lisboa. Ela contou que estava caminhando pela praia de Serrambi, neste domingo (28), quando se deparou com as caixas de borracha.

"Caminhando na praia, eu encontrei esses fardos, que pareciam ser de borracha. Fiquei curiosa para saber se tinham caído de algum navio, pesquisei sobre as caixas e encontrei que provavelmente são de um navio alemão da segunda guerra mundial, que afundou no nosso litoral", contou Martha em um dos vídeos gravados.

Há alguns dias, outras caixas foram encontradas nas praias do Cupe e Muro Alto, no município do Ipojuca, vistos em um trecho de 5 quilômetros, e em Catuama, em Goiana.

Primeiros registros

Os fardos começaram a aparecer nas praias de Alagoas no dia 24 de outubro de 2018, sendo a primeira ocorrência no Ceará registrada apenas dois dias depois. Caucaia, Camocim e Aracati foram os primeiros locais no estado. Em Fortaleza, os primeiros pacotes chegaram após cinco dias, na praia do Serviluz. Pesando cerca de 100 kg e identificados um mês depois pelo laboratório do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) como sendo composto por borracha.

Em Pernambuco, as caixas começaram a surgir em outubro de 2018. Seis fardos foram encontrados em Olinda, Paulista e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. As primeiras duas caixas apareceram no último sábado na praia do Bairro Novo, em Olinda, provocando a curiosidade dos banhistas.

Origem das caixas

O professor Clemente Coelho Junior explicou que a origem das caixas ainda não é certa, apesar dos resultados obtidos em um estudo da Universidade Federal do Ceará. “Através de um modelo matemático de tecnologia reversa na qual, pegando cada ponto onde apareceram essas caixas, esses fardos de látex, [os pesquisadores] chegaram a aproximação de um navio que naufragou em meados de 1944, possivelmente um navio de guerra da Alemanha. Eles relacionaram [o aparecimento das caixas] ao navio chamado Rio Grande, que estaria levando esse material para alguma produção”, contou.

O estudo foi desenvolvido em outubro de 2019 por pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC). A equipe tentava explicar o surgimento de manchas de óleo que surgiram no litoral nordestino, a partir do estudo de dados históricos, físicos e biológicos. Após análise das informações, os estudiosos também chegaram a uma possibilidade para o surgimento das caixas de látex. O material estaria no navio alemão SS Rio Grande, que naufragou na costa do Recife na década de 1940.

+VÍDEOS