Caso Miguel

Caso Miguel: Delegacia abriu no horário mais cedo para proteger Sarí, afirma advogado

De acordo com o advogado de defesa, Sarí vem recebendo ameaças de morte

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 30/06/2020 às 16:29
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Após o delegado Ramom Texeira abrir a Delegacia de Santo Amaro, localizada na Área Central do Recife, duas horas mais cedo para ouvir Sarí Corte Real que chegou ao local por volta das 5h55min, acompanhada do seu marido, Sérgio Hacker, prefeito do município de Tamandaré, o advogado de defesa, Pedro Avelino, explicou à equipe do Por Dentro com Cardinot que, a mudança no horário foi para proteger sua cliente. De acordo com ele, Sarí vem recebendo ameaças de morte.

"Pedimos ao delegado através de uma petição protocolizada de que atentasse para a segurança física de todos, porque Sarí continua recebendo constantes ameaças de morte por pessoas desconhecidas através do número de celular dela que foi vazado. Não só o número, como todos os endereços, cartões de crédito que foram clonados. Ela sofreu uma devassa dos dados pessoais e então visando evitar qualquer tipo de aglomeração e qualquer tipo de violência sugerimos, inclusive, a mudança de delegacia para chegar para a chefia de polícia. O delegado não concordou com a mudança do local, todavia, ele sugeriu essa antecipação para evitar qualquer tipo de incidente", falou.

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Miguel Otávio, de 5 anos, caiu de uma altura de 35 metros do Condomínio Píer Maurício de Nassau, na área central do Recife, no dia 02 de junho. Ele estava sob os cuidados de Sarí quando a mulher deixou a criança sozinha no elevador, que o levou até o nono andar do prédio, onde caiu e morreu. Ela foi autuada em flagrante por homicídio culposo.

Nota da Polícia Civil

E essa versão do advogado Pedro Avelino foi confirmada pela Polícia Civil. Em nota, a Polícia Civil do Estado informa que, considerando os argumentos relativos à possibilidade de aglomeração de pessoas e o risco de agressão à depoente, o delegado achou por bem deferir o requerimento da defesa de Sarí. A nota diz ainda que o deferimento não traz nenhum prejuízo aos trabalhos de investigação do caso.

Depoimento de Sarí

Sarí foi ouvida 27 dias depois da morte do garoto, que caiu de um prédio de luxo na área central do Recife. A empresária chegou à delegacia antes das 6h e o depoimento durou mais de 5 horas. Na saída, houve muito tumulto. Sari deixou a delegacia sob forte esquema policial.

'Nenhum arrependimento', diz Mirtes sobre Sarí

Em entrevista exclusiva à TV Jornal, na manhã desta terça-feira (30), Mirtes Renata, mãe de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, conversou sobre o que ouviu de Sarí Corte Real, patroa da empregada doméstica, após o depoimento da suspeita na Delegacia de Santo Amaro, na área central do Recife. De acordo com Mirtes, em nenhum momento, Sarí demostrou arrependimento. "Comecei a conversar com ela, pedi para ela olhar para a foto de Miguel. Em seguida, ela olhou. Mas sabe aquele olhar de tanto fez, tanto faz? Eles primeiro deixaram eu falar tudo o que tinha para falar e depois ela falou. Com um tom irônico, debochado, sem nenhum pingo de arrependimento em nada que fez", revelou.

Investigações

O delegado Ramon Teixeira deve concluir as investigações nesta quarta-feira (1º). Sarí foi autuada por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. No dia da morte de Miguel, ela pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada.

Até o momento, sete pessoas foram ouvidas na investigação, são eles: Mírtes Renata, mãe do menino Miguel; o zelador do prédio; um ex-síndico do prédio; o gerente de operações técnicas do prédio; a manicure que estava na casa de Sarí na hora do acidente; e um morador que ajudou a socorrer a criança.

Caso Miguel

Miguel era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica de um dos apartamentos do Condomínio Píer Maurício de Nassau, também conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife.

A patroa dela, Sarí Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB), foi presa em flagrante, indiciada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e liberada após pagamento de fiança de R$ 20 mil.

O fato aconteceu na tarde da terça-feira, dia 2 de junho, quando Sarí mandou Mirtes passear o cachorro da família e se responsabilizou por olhar o garoto.

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