O suspeito de matar a menina Beatriz Angélica Mota dentro de um colégio em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, escreveu uma carta e afirmou que foi pressionado a confessar o crime. O anúncio foi feito pelo novo advogado dele, nesta terça-feira (19).
“Eu sou inocente. Eu não matei a criança. Eu confessei na pressão. Pelo amor de Deus, eles querem minha morte. Preciso de ajuda. Estou com medo de morrer. Quero viver. Eu não sou assassino. Quero falar com a mãe da criança”, diz um trecho da carta.
Carta teria sido escrita por conta própria
O advogado Rafael Nunes, que passou a assumir a defesa do suspeito diz que o cliente dele redigiu a carta por conta própria e que, durante horas de conversa, ele teria dito várias vezes que não assassinou a menina.
"Ele falou que confessou na base da pressão. Falou que estava desacompanhado de um advogado e, se estava, o advogado não foi identificado. Isso aqui veio da cabecinha dele, não tive qualquer tipo de intervenção", contou.
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Resultado da perícia
O advogado também contesta o resultado da perícia, que afirma ter encontrado o DNA do suspeito na faca que foi utilizada para matar a menina.
"O que chama a minha atenção é: só porque agora saiu esse confrontamento genético? Até onde foi preservado esse DNA? É curioso as vésperas de uma federalização", comentou.
O suspeito
O suspeito, que tem 40 anos, continua recolhido, no Presídio de Igarassu. Ele já vinha pagando pena por outros crimes, como roubo e estupro.
Agora, por conta da repercussão do caso Beatriz, ele precisou ser levado para uma ala de isolamento. O advogado disse que ainda não teve acesso ao Inquérito que aponta o homem como autor da morte da menina, mas que vai analisar o processo nos próximos dias.
"O delegado foi bastante solícito e profissional, me ligou e já colocou a disposição o inquérito que é muito volumoso", contou.