Fraude

45 marcas de azeite de oliva apresentam irregularidades no país

TV Jornal
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Publicado em 16/04/2017 às 7:00

-Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Agência RBS

Um levantamento feito pelo Ministério da Agricultura mostra que 45 marcas de azeite de oliva vendidas no país apresentaram irregularidades. A principal delas é a mistura de azeite de oliva com óleo vegetal, além da venda desses produtos como extra virgem.

A pesquisa foi feita com a análise de amostras colhidas em 12 estados e no Distrito Federal. Ao todo, foram coletados 322.329 litros de azeite de oliva, dos quais 114.750 litros foram considerados adequados e 207.579 litros apresentaram problemas. A equipe de fiscalização inspecionou 279 amostras de 214 lotes. Do total, 38,7% dos lotes tinham problemas e 79% das irregularidades eram relacionadas a baixa qualidade, ou seja, produto ruim vendido como bom.

A fraude do azeite de oliva

De acordo com os técnicos do Ministério da Agricultura, as empresas usaram óleo vegetal com azeite lampante, que tem cheiro forte, acidez elevada e é extraído de azeitonas deterioradas ou fermentadas e que não pode ser destinado à alimentação. Só no Paraná, foram identificadas empresas que vendiam produto como azeite de oliva, mas com composição de 85% de óleo de soja e 15% de lampante.

As fraudadoras foram autuadas, multadas em até R$ 532 mil por irregularidade encontrada e tiveram os produtos apreendidos para descarte. As empresas também foram denunciadas ao Ministério Público. O próximo passo é a abertura de inquérito policial. O Brasil é o terceiro maior importador de azeite de oliva do mundo, segundo dados do Comitê Oleícola Internacional (COI). Em 2016, importamos cerca de 50 milhões de toneladas do produto.

Veja a lista das marcas que foram reprovadas aqui.

-Foto: Visual Hunt/Reprodução

Azeite de oliva de qualidade

O azeite de oliva virgem pode ser classificado em três tipos: o extra virgem (acidez entre 0,8% e 2%), virgem (acidez menor que 0,8%), lampante (acidez maior que 2%). Os dois primeiros podem ser consumidos in natura, mantendo todos os aspectos benéficos ao organismo. O terceiro, tipo lampante, deve ser refinado para ser consumido, quando passa a ser classificado como azeite de oliva refinado. A análise é complexa, exige treinamento e equipamentos sofisticados. As análises também apontaram azeites desclassificados (que podem não ser considerados como azeite) e fora de tipo (não tem boa qualidade).

Dicas de como comprar azeite de oliva

Para o consumidor evitar ser enganado, a primeira coisa na qual deve prestar atenção é o preço: desconfie se estiver muito abaixo do padrão. Verificar no rótulo o local em que foi envasado, se no país de origem, por exemplo, pode dificultar fraude, como misturas.

Além disso, especificações como o termo tempero em letras miúdas e, em destaque, azeite de oliva. Não se trata de azeite adicionado de especiarias, mas de tempero vendido como azeite de oliva. Qualquer adição ou mistura com outros óleos vegetais requer que o produto seja rotulado como “Óleo misto ou composto”, devendo o consumidor ser obrigatoriamente informado sobre os percentuais que compõem a mistura. Também é importante estar atento à data de validade e aos ingredientes contidos.

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