Conscientização ambiental

Dia do Mangue: voluntários recolhem lixo de manguezais no Pina

TV Jornal
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Publicado em 26/07/2018 às 11:15

-Bobby Fabisak/JC Imagem

Em comemoração ao Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, celebrado nesta quinta-feira (26), um mutirão do bem foi montado para limpar um trecho de mangue da bacia do Pina, na Zona Sul do Recife. Crianças, adolescentes e adultos participaram da ação, que já está no seu quinto ano de realização.

O projeto faz parte de uma iniciativa do RioMar Recife, em parceria com a Prefeitura da cidade, além da participação voluntária de mulheres artesãs, pescadores de Brasília Teimosa e alunos do Instituto JCPM. A ideia é conscientizar que lugar de lixo é no lixo.

“Esses jovens foram sensibilizados com informativos e orientações a participar desse trabalho em campo. Faz com que eles entendam que são eles que farão a diferença no futuro”, explica o gerente de desenvolvimento socioambiental do IJCPM, Sergio Maffiolleti.

A ação de limpeza será realizada durante todo o dia, além de haver a plantação de nove mudas de pau-brasil, como uma compensação pela emissão de gás carbônico durante a coleta de óleo dos restaurantes parceiros do RioMar.

Lixo

De acordo com Maffiolleti, nos últimos anos não houve registro de diminuição de lixo jogado nas áreas de manguezal. “Sempre há uma tendência a mais”, afirma. Segundo ele, a projeção é de que este ano sejam retiradas cerca de uma tonelada de lixo, número que reflete a necessidade urgente de a população ser educada sobre esse descarte.

Os resíduos descartados no ambiente natural podem trazer inúmeras consequências para o mangue. “No caso da Flora, o lixo pode acabar sufocando. Os sacos plásticos acabam enrolando nas raízes, que respiram de forma aérea, e matam a planta. Para a fauna, alguns estudos indicam que os plásticos que estão nos rios acabam se misturando aos alimentos dos animais aquáticos. Isso acaba impactando na vida desses bichos”, explica.

Pescadores

O representante da colônia de pescadores de Brasília Teimosa, no bairro do Pina, Augusto de Lima, de 70 anos, afirma que o projeto é essencial para renovar o mangue, dar uma sobrevida. “Os mangues sofrem essas atrocidades através do descarte de resíduos sólidos. A vida marinha zera, porque não há a renovação do oxigênio, porque a cadeia primária foi extinta, no caso o mangue”, explica.

Segundo ele, não alguns tipos de caranguejos que viviam na área de manguezal não são mais vistos, estão praticamente extintos. “É nesse caso que vemos a agressão que o nosso ambiente sofre”, afirmou. Durante a ação de limpeza, quatro barcos estarão envolvidos recolhendo o material.

Conscientização

O projeto levanta a preocupação com o desgaste da fauna marinha, além de mostrar como o descarte afeta na vida da fauna local. De acordo com a coordenadora de educação ambiental da Fundação Mamíferos Aquáticos, hoje os animais são resgatados, devido à ingestão de lixo.

“Não é um problema local, mas a gente estimula e tenta mobilizar a sociedade para essa temática porque a gente sabe que temos uma meta de até 2030 reduzir consideravelmente o volume de consumo de plástico, e a despoluição de rios e mares”, explica.

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