Luto

Forte comoção marca velório de estudante morta na Nicarágua

TV Jornal
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Publicado em 03/08/2018 às 13:30

-Reprodução/TV Jornal

O avião com o corpo da estudante de medicina, Raynéia Gabrielle da Costa, de 30 anos, chegou ao Aeroporto Internacional do Recife um pouco depois das 00h30. Do aeroporto, o corpo seguiu para o velório, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.

Emocionada, a mãe da estudante disse que não via a filha há 4 anos e que falou com ela um dia antes do assassinato. "Ela disse até assim: 'Mainha, eu estou vivendo mais no hospital do que em casa, porque eu estou mais segura no hospital do que em casa'", contou Maria José da Costa.

Raynéia morava há quase seis anos na Nicarágua e se formaria em medicina na universidade da capital, Manágua, em maio do ano que vem. Mas a instituição de ensino antecipou a entrega do diploma de doutora em medicina e cirurgia da jovem, documento que não saiu das mãos da mãe dela.

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Crime

O crime aconteceu no dia 23 de julho, em Manágua, capital do país. O local enfrenta uma onda de conflitos políticos intensos entre populares, rebeldes e governo. Acredita-se que esta pode ter sido a motivação do crime. O assassinato da estudante brasileira ocorreu horas depois de Medina participar de um fórum, no qual disse que o crescimento econômico e a segurança na Nicarágua antes da explosão dos protestos contra Ortega em abril "era parte de uma farsa", porque "nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a injustiça".

O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) pelos assassinatos, maus tratos, possíveis atos de tortura e prisões arbitrárias ocorridas em território nicaraguense.

Investigação

O governo local nega ter ligação com os grupos paramilitares que são acusados de serem os responsáveis pela maioria das mortes, apesar de eles usarem bandeiras do partido do presidente, a Frente Sandinista de Libertação Nacional.

O noivo da pernambucana morta na Nicarágua deve ajudar nas investigações. O rapaz, que não teve o nome divulgado, estaria com a estudante de medicina Rayneia Gabrielle Lima, 31 anos, no momento em que ela foi atingida pelos disparos e teria levado a jovem para o hospital onde ela morreu.

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