Falta de estrutura

Residentes do HGV fazem protesto por melhor condição de trabalho

TV Jornal
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Publicado em 18/09/2018 às 9:50

-Reprodução/TV Jornal

Os médicos residentes do Hospital Getulio Vargas, que funciona no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, entraram em greve nesta terça-feira (18) por falta de condições de trabalho. Segundo eles, o prédio apresenta diversos problemas estruturais e as cirurgias estão sendo canceladas por falta de material e antibióticos para os pacientes. Eles alegam, inclusive, que foi registrado até um princípio de incêndio no Centro de Material e Esterilização (CME).

“Diariamente, nós vemos a falta de material de suporte básico para a população e isso prejudica o nosso atendimento e aprendizado”, explica a residente do hospital, Gabriela Calado. Segundo ela, entre os materiais que faltam estão antibióticos, fios de sutura para realizar cirurgias e material estéreo de limpeza.

“O que a gente está pedindo não é nada demais, nada de outro mundo. Estamos pedindo apenas condições de trabalho, para a gente não ter de ver nossos pacientes morrerem. Toda semana vemos alguém morrer aqui por falta de material básico para que eles sejam atendidos”, complementa outro médico residente.

-Divulgação

Último caso

De acordo com um dos médicos residente, outro problema sério enfrentado é a péssima funcionalidade do elevador da unidade. Ele afirma que neste fim de semana, um paciente idoso teve uma complicação decorrente a uma parada cardíaca, foi reanimado e precisou de uma vaga na UTI. “O paciente ficou 24h em uma enfermaria sem a assistência adequada porque não tinha elevador para descê-lo do terceiro para o segundo andar”, explica. Segundo ele, a situação revolta e deixa todos de mãos atadas.

Protesto

Os profissionais realizaram o protesto em frente à unidade de saúde, o tempo de paralisação é indeterminado, mas eles esperam fazer nova assembleia na próxima sexta-feira (21). O diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Marcos Villander confirma os problemas. “Na ortopedia se chegou a duas cirurgias por semana, quando há em torno de cem leitos no setor. Faltam materiais clínicos e cirúrgicos. Na próxima sexta devemos ter uma posição do Estado”, afirma. Até então, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirma que os problemas são pontuais.

Estado

Por meio de nota, a direção do HGV informa que, com um curto-circuito no ar-condicionado do CME, no dia 8 passado, “foi necessário suspender algumas cirurgias enquanto toda a área era higienizada, evitando, assim, qualquer risco para os pacientes”, tendo os casos de urgência sido encaminhados para outras unidades. Mas que a situação já foi normalizada e no último final de semana as cirurgias de emergência ocorreram normalmente, sendo realizados 75 procedimentos.

A direção ressalta que as cirurgias eletivas, marcadas previamente, não ocorrem nos finais de semana. E assegura estar “abastecida dos insumos necessários para as cirurgias e que as faltas são pontuais, havendo um esforço da gestão para resolver caso a caso”.

Sobre a paralisação, o HGV diz que está dialogando. E que, apesar do movimento, foram realizadas nove cirurgias até às 12h ontem. E conclui informando que, “nos próximos dias, será entregue a nova emergência da unidade, com cem leitos, trazendo mais conforto para pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde que atuam no hospital”. Por mês, o HGV realiza mais de 2,2 mil atendimentos nas emergências, mais de 19 mil consultas no ambulatório e mil cirurgias.

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