Investigação

Caso Miguel: Nova perícia é realizada em prédio no Recife onde morreu Miguel

Segundo o perito, a investigação será pela escada do prédio, local onde não existem câmeras de segurança. Miguel morreu após cair do nono andar do prédio de luxo onde a mãe trabalhava

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 08/06/2020 às 11:15
Wellington Lima - JC Imagem
FOTO: Wellington Lima - JC Imagem

Na manha desta segunda-feira (8), policiais civis fizeram uma nova perícia, no condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torre Gêmeas, localizado no bairro de São José, área central do Recife, onde o menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, morreu após cair do 9º andar.

De acordo com o perito que investiga o caso, a equipe formada por engenheiros civil e mecânico, além de um desenhista precisou desse novo trabalho para verificar o tempo em que o menino gastou para sair do elevador de serviço no 9º andar e chegar até onde ele caiu. Também segundo o perito, a investigação será pela escada do prédio, onde não há câmeras de segurança.

Solicitação

Essa nova perícia foi solicitada após análise das últimas imagens onde mostram o menino Miguel com a patroa Sarí Corte Real, esposa do Prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, entrando e saindo do elevador.

No vídeo registrado na última terça-feira (2), a dona do apartamento aparece segurando a porta do equipamento e conversando com o garoto. Em seguida depois de algum tempo de conversa Miguel sai do elevador com a mulher. dois minutos depois ele volta sozinho , entra novamente no equipamento e sari vai atrás/ é neste momento que ela aperta o último botão do elevador onde fica a cobertura . A porta fecha e Miguel aciona no painel outros andares.

O elevador sobe e para no sétimo andar e Miguel não desce. Depois outra parada no nono.é neste andar que o menino sai à procura da mãe e cai de uma altura de trinta e cinco metros. De acordo com a mãe de Miguel, no momento do acidente a patroa estava com os filhos e com a manicure no apartamento. A manicure ainda não foi ouvida.

Expectativa

A expectativa agora é que Sarí Corte Real explique por que deixou Miguel sozinho dentro do elevador. Segundo o advogado dela, uma petição será solicitada e ainda esta semana a dona do apartamento preste um novo depoimento .

O caso

Miguel Otávio Santana da Silva morreu na tarde da última terça-feira (2) ao cair do nono andar do Condomínio Píer Maurício de Nassau, também conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife. Ele era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica na casa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker.

O fato aconteceu quando Mirtes saiu passear o cachorro da família e Sarí Côrte Real, esposa de Hacker, se responsabilizou por olhar o garoto. Sarí Côrte Real foi detida em flagrante e autuada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e liberada após pagamento de fiança de R$ 20 mil.

Investigação

Imagens do circuito interno de vigilância, divulgadas pela Polícia Civil de Pernambuco na quarta-feira (3), mostram que a patroa deixou a criança entrar sozinha no elevador para procurar a mãe e o enviou para um andar acima do que estavam. Perdido, o pequeno Miguel teria entrado se apoiado nos condensadores de ar e caído de uma altura de 35 metros.

Ao voltar para o prédio, a empregada se deparou com o filho caído. Miguel ainda foi socorrido para o Hospital da Restauração, no Recife, mas não resistiu.

O caso vem gerado repercussão e comoção nacional. Mais de 2,5 milhões de pessoas já haviam assinado a petição que cobra por justiça pela vida do menino, esse domingo. O abaixo-assinado, criado na quarta, faz um apelo à Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

A conclusão do inquérito policial deverá ser encaminhada ao MPPE nos próximos dias. Sarí foi autuada por homicídio culposo, - crime cuja pena pode chegar a até 3 anos de detenção -, porque, segundo o delegado Ramon Teixeira, a suspeita foi negligente por deixar Miguel usar um elevador sozinho, mas não teve a intenção de matá-lo. Mesmo assim, o caso pode ter um rumo diferente ao chegar no Ministério Público.

Caso o promotor decida denunciar por homicídio doloso, Sarí Côrte Real poderá ser levada à júri popular. Neste caso, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.

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