Caso Miguel

Caso Miguel: Juiz recebe denúncia contra Sarí Corte Real

Advogados de Sarí terão dez dias para apresentar a defesa dela

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 15/07/2020 às 10:45
Yaci Ribeiro/ JC Imagem
FOTO: Yaci Ribeiro/ JC Imagem

Na noite dessa terça-feira (14), o juiz da 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital, José Renato Bizerra, recebeu a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra a ex-patroa de Mirtes, Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real. Ela virou ré pela morte do pequeno Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que caiu de uma altura de 35 metros do Condomínio Píer Maurício de Nassau, na Área Central do Recife, no dia 02 de junho, depois de ser deixado sozinho no elevador.

Na ocasião, o magistrado alegou que há "indícios de autoria e materialidade do delito, conforme se extrai do caderno policial, bem como a legitimidade do Ministério Público para propor a ação".

Defesa de Sarí

Agora, os advogados de Sarí terão dez dias para apresentar a defesa dela. O magistrado também determinou que a defesa apresente documentos e justificações, especificando as provas pretendidas e indicando testemunhas. Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se a acusada, citada, não constituir defensor de imediato, os autos serão encaminhados à Defensoria Pública. Após isso, os autos voltarão para análise do juiz, que marcará a audiência de instrução e julgamento.

Denúncia

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) anunciou, nesta terça-feira (14), que a primeira dama de Tamandaré, Sarí Corte Real, foi denunciada pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos. Sarí Corte Real foi denunciada por abandono de incapaz com resultado de morte. O promotor de justiça do caso foi Eduardo Tavares. O nome dele foi mantido em sigilo, sendo divulgado apenas com a decisão da denúncia.

Na denúncia, o promotor pediu agravamento de pena porque o crime foi contra criança em meio à conjuntura de calamidade pública. Ainda segundo a denúncia do MPPE, na tarde de 02 de junho, Sarí Corte Real, agindo dolosamente, teria abandonado Miguel, que estava sob sua vigilância naquele momento, nas dependências do Edifício Píer Maurício de Nassau, situado na Rua Cais de Santa Rita, bairro de São José, ocasionando tal atitude o evento morte do menor.

Justiça

Em sua última declaração durante entrevista à TV Jornal nessa segunda-feira (13), a mãe de Miguel clamou por justiça no caso do filho. "Espero que o promotor não seja manipulado. Que ele realmente analise o inquérito de Miguel e que aceite a denúncia. Dr. Ramon Teixeira (delegado responsável pelo caso) fez um excelente trabalho, coletando todas as testemunhas. Está tudo bem feito e bem investigado. A única coisa que queremos é isso, que seja bem analisado o caso de Miguel e que seja aceita a denúncia, para que realmente a justiça seja feita", finalizou.

Relembre o caso

No dia 2 de junho de 2020, o garoto Miguel Otávio Santana da Silva morreu após cair de uma altura de aproximadamente 35 metros, no Condomínio Píer Nassau, popularmente conhecido como Torres Gêmeas, localizado no bairro de São José, região central do Recife.

Ele era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica de Sarí Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). O fato aconteceu quando Sarí mandou Mirtes passear o cachorro da família e se responsabilizou por olhar o garoto.

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