HOMENAGEM

Graça Araújo é declarada patrona do jornalismo pernambucano

Declaração está publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (31)

Divulgação/ Cine PE
FOTO: Divulgação/ Cine PE

A jornalista e apresentadora Graça Araújo foi declarada patrona do jornalismo pernambucano pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O parecer está publicado no Diário Oficial do Poder Legislativo, nesta sexta-feira (31). Graça morreu em setembro de 2018 após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Graça trabalhou como apresentadora na Rádio Jornal e TV Jornal por vários anos, apresentando programas como o Rádio Livre e o TV Jornal Meio-Dia.

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A declaração consta no parecer Nº 3693, na página 12 da edição. No total, 12 propostas de patronos para diversas causas do Estado foram aprovadas.

Veja na íntegra

A COMISSÃO DE REDAÇÃO FINAL, tendo presente o Projeto de Lei Ordinária nº 1260/2020, já aprovado com sua respectiva Emenda, em segunda e última discussão, é de Parecer que lhe seja dada a seguinte Redação Final: Declara a jornalista Graça Araújo Patrona do Jornalismo Pernambucano.

Art. 1º Fica a jornalista Graça Araújo, declarada Patrona do Jornalismo Pernambucano.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor após a sua publicação.

Sala da Comissão de Redação Final, em 30 de julho de 2020.

DEPUTADO FRANCISMAR PONTES
Presidente

DEPUTADO ROGÉRIO LEÃO - Relator
DEPUTADO LUCAS RAMOS
DEPUTADA ALESSANDRA VIEIRA

Justificativa da Alepe

Maria Gracilane Araújo da Silva, conhecida como Graça Araújo, natural de Itambé, foi jornalista e apresentadora de televisão brasileira de grande expressão. Formou-se pela Faculdade Integrada Alcântara Machado em 1987, e voltou para o Recife.

O primeiro trabalho na capital pernambucana foi na Rádio Transamérica. Em seguida, foi para a Rádio Clube. Passou pela TV Manchete, TV Pernambuco e se tornou chefe de reportagem da TV Jornal, afiliada do SBT, em 1992. Na emissora, ajudou na formatação do TV Jornal Meio-Dia, do qual foi âncora por 26 anos. Também foi apresentadora na Rádio Jornal. Por 17 anos, comandou as tardes da frequência no programa Rádio Livre, do qual faz parte o famoso quadro Consultório de Graça, em que abordava, diariamente, diferentes temas relacionados à saúde. O programa sobre o câncer de cérebro conquistou o primeiro lugar na categoria rádio no Prêmio SBN de Jornalismo, da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

A jornalista também deu importante contribuição no mundo jurídico. Foi uma das homenageadas em sessão solene do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), recebendo condecoração concedida a profissionais que contribuem para melhorar o trabalho da Justiça no Estado. Em virtude de sua honrosa carreira profissional, Graça foi, ainda, homenageada na edição do livro "Sucesso: o que elas pensam", que reúne 150 mulheres que contam como chegaram ao sucesso profissional. Tendo em vista, assim, a importância de Graça Araújo para o povo pernambucano, solicito apoio dos nobres pares para a aprovação do presente Projeto de Lei.

Carreira

A história de Maria Gracilane Araújo da Silva começou no município de Itambé, na Zona da Mata de Pernambuco. Aos 62 anos, Graça Araújo é conhecida pelo profissionalismo singular. A jornalista, que é apresentadora do TV Jornal Meio Dia e radialista na Rádio Jornal, conquistou prestígio por sua postura coerente, além do compromisso com a verdade. O tom preciso em suas declarações tornou-a querida e admirada por se posicionar em defesa dos interesses do cidadão pernambucano.

Graça não chegou a conhecer o pai, que faleceu quando ela ainda era pequena. Com oito irmãos, ainda nova teve que se mudar para São Paulo com a família para tentar uma vida melhor. Ainda adolescente, aos 14 anos, ela começou a trabalhar em uma fábrica, passou pelo comércio, por uma seguradora e chegou a um banco.

Representante dos direitos dos cidadãos, a apresentadora que, diariamente, divide informações em defesa da opinião da população, tanto na TV quanto na Rádio Jornal não sonhava em ser jornalista inicialmente, mas sim médica. Graça decidiu pelo jornalismo quando foi contratada para ser secretária de um diretor de redação de uma revista técnica em São Paulo. Teve contato com outros jornalistas e percebeu que "se bem feito, esse ofício, eu poderia curar mais feridas, fazer mais curativos, fazer outras cirurgias, que talvez fossem mais relevantes do que essas que tanta gente sabe fazer".

No sudeste, estudou jornalismo em 1987, pela Faculdade Integrada Alcântara Machado, e chegou a pensar em fazer carreira com correspondente, mas optou por voltar as origens. Após a formatura, veio para o Recife, onde iniciou a carreira na Rádio Transamérica.

Em perfil escrito pelo jornalista Diogo Cavalcante em fevereiro deste ano, Graça afirmou que sempre foi apaixonada pelo rádio, mas que demorou a chegar ao veículo porque precisava trabalhar para se sustentar e alcançar uma posição consolidada na profissão.

Trabalhou depois na Rádio Clube e em seguida, iniciou a trajetória na televisão, passando pela TV Machete, TV Pernambuco e finalmente a TV Jornal, onde estreou o TV Jornal Meio-Dia em setembro de 1992. Em 2001, foi convidada para integrar a Rádio Jornal e apresentar o programa Rádio Livre e o Consultório de Graça, que surgiu da vontade que ela tinha, quando criança, de ser médica.

Em 2010, recebeu o título de cidadã recifense da Câmara Municipal da cidade. No último dia 13 de agosto, recebeu das mãos do presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Adalberto de Oliveira Melo, a Medalha do Mérito Judiciário Desembargador Joaquim Nunes Machado, condecoração dada a personalidades e magistrados que se destacam no trabalho pelo relevante serviço prestado para o campo jurídico.

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