Caso Miguel

Caso Miguel: "Não receberam nada em relação aos direitos trabalhistas", fala advogada de Mirtes

As advogadas da mãe de Miguel entraram na justiça com um pedido trabalhista contra Sarí Corte Real e o marido dela Sérgio Hacker

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 26/08/2020 às 13:30
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

As advogadas de Mirtes Renata Santana da Silva, mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, entraram na justiça com um pedido trabalhista contra Sarí Corte Real e o marido dela Sérgio Hacker, prefeito de Tamandaré. A ação pede o pagamento de verbas rescisórias da mãe e da avó Marta Maria Santana Alves, que tiveram o contrato de cargo comissionado cancelado na prefeitura. Ambas constavam como funcionárias públicas da cidade.

"Elas tinham a carteira assinada antes do mandado dele, houve a baixa pelos empregadores, passaram a ser vinculadas como cargo comissionado na prefeitura de Tamandaré e assim permaneceu até a vir à tona toda está situação, onde elas foram exoneradas já no início do mês de junho. Não receberam absolutamente nada em relação aos direitos trabalhistas",relatou a advogada Karla Cavalcanti.

"Não vai reparar a dor que sinto pela perda do meu filho", diz mãe de Miguel sobre possível indenização

Após quase três meses da morte da criança que morreu após cair do 9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de São José, na área central do Recife, Mirtes Renata, afirmou em entrevista à TV Jornal, que nenhum dinheiro repararia a dor que ela sente pela perda do filho. "Esse dinheiro que ainda vai pra mão do juiz, ainda vai ser julgado, é algo que não vai reparar o que eu sinto. Não vai reparar a dor que sinto pela perda do meu filho", fala.

Doações

Mirtes contou à equipe de reportagem que, desde o mês passado, nem ela nem a mãe conseguiram voltar a trabalhar e estão sobrevivendo de doações de amigos e instituições ligadas aos direitos humanos.

Ofensas

Durante a entrevista, Mirtes também afirmou que vem sofrendo ofensas em redes sociais, devido ao valor da indenização a Sarí Corte Real.

Família pede na Justiça indenização de R$ 987 mil a Sari Corte Real

A família de Miguel Otávio Santana da Silva, que morreu após cair de uma altura de aproximadamente 35 metros do Condomínio Píer Nassau, no dia 02 de junho de 2020, pediu na justiça uma indenização de R$ 987 mil a Sarí Corte Real. A ação é por danos materiais e morais causados pela morte da criança e foi ajuizada na 3ª Vara Cível da Capital.

Ex-patroa denunciada

A primeira-dama do município de Tamandaré, Sarí Corte Real, foi denunciada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por abandono de incapaz com resultado morte. Ela estava responsável por Miguel, quando o menino caiu do prédio de luxo. As imagens de câmeras de segurança mostraram Sarí apertando o botão do elevador em que a criança subiu para o 9º andar do prédio.

Julgamento

Enquanto Sarí Corte Real aguarda o julgamento (que ainda não tem data marcada) em liberdade, a defesa da primeira-dama de Tamandaré recebeu o prazo de 10 dias para responder às acusações após o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) cumprir o mandado de citação enviado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

De acordo com o TJPE, o mandado de citação foi cumprido em 17 de agosto e o juiz José Renato Bizerra deve analisar a defesa de Sari, podendo decretar sua absolvição ou iniciar a fase de instrução do processo. Se condenada, Sarí Corte Real pode pegar 4 a 12 anos de prisão.

Caso Miguel

O menino Miguel Otávio Santana da Silva era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica de Sarí Corte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). A tragédia aconteceu quando Sarí mandou Mirtes passear o cachorro da família e se responsabilizou por olhar o garoto. Dias depois da tragédia, Mirtes concedeu entrevista à TV Jornal e comentou que ''faltou paciência'' da ex-patroa para tirar Miguel do elevador.

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