Diante de tantas reclamações dos moradores da Região Metropolitana do Recife por causa do desperdício de água, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) entrou na mira do Ministério Público de Pernambuco.
Em 2018, o órgão instaurou uma ação civil publica contra a Compesa, por causa do alto índice de desperdício, com base em dados do sistema nacional de informações de saneamento, que divulgou, em 2019, que a Compesa perdia 50% da água produzida.
Esse índice de perda, no Recife, chegava a 57,9%.
Ainda segundo o Ministério Público, as perdas são inadmissíveis, levando em consideração a situação da água no estado.
A Compesa já foi convidada a assinar um termo de ajustamento de conduta, mas o documento não foi assinado e o caso foi parar na 24º Vara cível da capital.
A promotoria do Ministério Público quer que a Compesa seja punida.
Denúncias de desperdício de água
O Whatsapp da TV Jornal não para de receber denúncias sobre desperdício. Em menos de uma semana, foram 16 canos estourados noticiados.
Há denúncias de vazamentos no Recife, Olinda, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes. São diversos os vídeos recebidos, em toda a Região Metropolitana do Recife.
Esquema de racionamento de água
A revolta da população só piora. No dia 22 de janeiro, a Companhia anunciou um esquema de racionamento de água, que afeta 10 cidades da Região Metropolitana.
A justificativa é de que é preciso preservar os mananciais, já que 2021 não deve ser um ano de chuva. Com o rodízio, em algumas regiões, a água só chega nas torneiras das casas a cada 20 dias.
Reconhecimento do problema pela Compesa
A Compesa reconhece o problema, mas diz que vem reduzindo o número de vazamentos, ao longo dos anos. A Companhia ainda coloca a conta das perdas nos furtos de água.
Além disso, diz também que investimentos têm sido feitos para melhorar a distribuição da água, e reforça que a população deve continuar ligando para informar os pontos de vazamento.