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Abandonada sedada em uma mesa de cirurgia enquanto clínica pegava fogo, mulher trans pernambucana morre em SP

Lorena Muniz (25) passava por cirurgia para implantar próteses de seios em clínica de SP quando o fogo começou. Ela foi deixada sozinha dentro do bloco cirúrgico e inalou muita fumaça

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 22/02/2021 às 9:17 | Atualizado em 03/11/2022 às 16:40
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FOTO: Reprodução/Instagram

A morte de uma mulher trans pernambucana vai ser investigada em São Paulo.

Lorena Muniz, de 25 anos, fazia uma cirurgia para implante de silicone nos seios. O prédio da clínica onde o procedimento era realizado sofreu um incêndio no momento em que a jovem estava sedada.

Os profissionais de saúde evacuaram o prédio, mas deixaram Lorena na mesa de cirurgia sozinha, enquanto o fogo se alastrava no local. A morte foi confirmada neste domingo (21).

Caso de mulher trans que morreu em incêndio

A cirurgia aconteceu na última quarta-feira (17) em uma clínica da cidade de Taboão da Serra, no Estado de São Paulo.

Após a equipe médica evacuar o hospital, Lorena ficou sozinha e inalou grande quantidade de fumaça proveniente do incêndio. A mulher só foi resgatada com a chegada do Corpo de Bombeiros, que levou a vítima para o Hospital das Clínicas, na capital.

Ela foi internada no pronto-socorro em estado grave, mas não resistiu às sequelas e teve a morte confirmada no domingo, de acordo com nota enviada à imprensa pela vereadora por São Paulo Erika Hilton.

"Segundo o esposo de Lorena e outras testemunhas que estavam com ela no dia de sua cirurgia, após um incêndio na clínica onde realizava o procedimento, Lorena foi deixada para trás durante a evacuação do local, ficando exposta a grandes quantidades de fumaça", disse a nota enviada por Erika, que é a primeira vereadora trans de São Paulo.

"A jovem só foi socorrida com a chegada dos bombeiros, que a levaram ao hospital", concluiu.

Repercussão do caso de mulher trans

Para a vereadora, o caso precisa ser investigado.

"Não devemos medir esforços e traçar uma estratégia jurídica e política para que a Clínica, localizada em Taboão da Serra, e seus braços em outras cidades, sejam investigadas e responsabilizadas, bem como os profissionais responsáveis pelos procedimentos", disse.

"É indignante, mas não podemos permitir a espetacularização da morte por negligência médica e permitir que o ocorrido com mais uma travesti passe impune", falou.

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