PANDEMIA

PANDEMIA: quarentena começa no mesmo dia, em 2020 e 2021, e cenário é quase o mesmo em Pernambuco

A segunda reportagem da série especial 'Covid-19, o mundo em pandemia' foi exibida nesta terça-feira (16), na TV Jornal

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 16/03/2021 às 12:41 | Atualizado em 24/11/2022 às 7:25
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FOTO: JC Imagem

A pandemia do novo coronavírus (covid-19) transformou 2020 em um ano de muitas perdas e desafios para todos.

Nessa segunda-feira (15), foi iniciada, a série especial 'Covid-19, o mundo em pandemia', da TV Jornal, para relembrar o impacto da chegada do vírus, no Estado de Pernambuco.

A série tem cinco reportagens e a segunda, exibida nesta terça-feira (16), mostra que, por coincidência, no mesmo dia 18 de março de 2020, também começava a quarentena em Pernambuco.

Segundo as ordens governamentais, primeiro, as escolas fecharam. Depois, comércios e outros setores. Os índices de internamento eram altos, como agora.

E, da mesma forma que hoje, pouca gente respeitava as regras. A diferença é que, há um ano, a quarentena também teve rodízio de veículos.

Aulas remotas

Projeções matemáticas apontavam que o começo do mês de abril seria dramático, com aceleração no número de casos da covid-19, em Pernambuco.

Para se antecipar à contaminação e tentar combater o avanço da doença, algumas medidas restritivas começaram a ser tomadas já em março.

No dia 18, escolas particulares e públicas do Recife e Região Metropolitana tiveram as atividades presenciais suspensas.

O novo mexeu com a rotina das famílias e algumas delas, até hoje, tentam se adaptar às mudanças.

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É o caso da pedagoga Taciana Carvalho que, de uma hora pra outra, precisou dividir o tempo entre acompanhar os filhos durante aulas remotas e trabalhar em casa, no esquema de home office.

"Maria como ela é mais nova, infantil 4, eu coloquei ela para ficar fazendo as tarefas dela logo de manhã, porque ela iria render mais. O Pedro eu pegava no final da tarde", explica.

"E o meu trabalho eu precisava conciliar entre manhã e tarde", disse.

Os filhos de Taciana, Pedro e Maria, afirmaram que não gostaram muito da experiência de estudar virtualmente.

"Minha mãe virou professora, não virou mãe mais. Eu já sabia que não ia ter 10h30 para eu poder descansar, então eu sabia que ia ser muito difícil para mim", finalizou Maria.

Cartões alimentação

O Governo do Estado e as prefeituras liberaram cartões alimentação para ajudar nas despesas dos alunos matriculados nas escola públicas, já que não comeriam mais a merenda.

Novo decreto

Em novo decreto, comércio, praias, parques e até templos religiosos foram fechados. As ruas ficaram desertas.

Naquela época, a rede de solidariedade ganhou força. Doação de cestas básicas e álcool, além de mutirão para confeccionar máscaras de proteção eram exemplos de coletividade.

Auxílio emergencial

No mesmo período, foi aprovado pelo Governo Federal o auxílio emergencial, no valor de R$ 600, para os trabalhadores informais. Mulheres chefes de família tinham direito ao dobro do valor.

"Ajudou em comida, em remédio. Para comprar fralda, precisava de leite eu comprava. Eu catava latinha e ainda tinha minhas faxinas, ainda tinha minhas diárias", relata Ana Claudia, catadora de recicláveis.

"Mas depois, as patroas deixaram tudo. Como é que a gente fica, sem trabalho? Como é que a gente fica, sem dinheiro? Eu via a hora de fazer uma loucura", disse.

>> Série especial da TV Jornal relembra o impacto da chegada da pandemia do novo coronavírus em Pernambuco

A catadora ainda lembra que para sacar o dinheiro foi difícil. "Foi muita gente, muita gente. Um dia eu enfrentei uma fila maior do que o Brasil", falou.

As filas nas agências da Caixa Econômica Federal davam voltas. Teve gente que dormiu na calçada para conseguir atendimento.

Mais de 3 milhões de pernambucanos receberam o auxílio emergencial, mas as dificuldades surgiram, desde o cadastro, até o saque do dinheiro.

Quarentena

Os meses de março e abril foram marcados por várias determinações, mas foi em 16 de maio, que as restrições se intensificaram.

Foi nesse período que começou a quarentena em cinco cidades pernambucanas: Recife, Olinda, Jaboatão, Camaragibe e são Lourenço da Mata.

A medida estabeleceu três regras: a restrição de circulação de pessoas nas ruas, o rodízio de veículos, e uma obrigatoriedade que vale até hoje: o uso da máscara.

Apenas os serviços essenciais, como supermercados, farmácias, postos de combustíveis, hospitais entre outros puderam continuar funcionando.

Houve fiscalização, e vários pontos das cidades foram bloqueados. Mesmo assim, muita gente descumpriu o protocolo e foi às ruas e festas particulares.

O decreto que estabeleceu a quarentena durou até 31 de maio. Foram 16 dias de medidas rigorosas.

Mortes por Covid-19

Apesar das medidas mais duras, as mortes por covid-19 em Pernambuco continuaram aumentando.

Ao todo, 4.361 pessoas perderam a vida para a covid-19, do começo da pandemia, até o fim do decreto, e a maioria foi em maio.

Próxima reportagem

Na próxima reportagem da série, você vai relembrar as etapas do plano de convivência, e a tentativa de recuperar a economia do Estado.

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