PANDEMIA

Desemprego e fome provocados pela pandemia da covid-19 contribuem para degradação do Centro do Recife

Com o empobrecimento da população, várias famílias carentes foram morar nas ruas do Centro da capital pernambucana

Com informações de Mário Oliveira
Com informações de Mário Oliveira
Publicado em 08/04/2021 às 15:00
Tião Siqueira/TV Jornal
FOTO: Tião Siqueira/TV Jornal

O desemprego e a fome provocados pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) estão contribuindo para a degradação do Centro do Recife. Isso porque a pandemia fez agravar o empobrecimento da população mais carente, e o resultado disso são várias famílias nas ruas e avenidas da da capital pernambucana.

Na Rua do Imperador, no Recife, por exemplo, milhares de famílias dividem a calçada com os pedestres e tentam se abrigar próximos a igrejas e monumentos históricos. Alberto Roma, que é servidor público e trabalha na área há 35 anos, reclama da falta de ação do poder público para ajudar a população de rua.

Falta de manutenção

Além do grande número de famílias carentes nas ruas, o Centro do Recife enfrenta uma outra dificuldade: a falta de manutenção dos espaços públicos. A fonte da Praça 17, que fica na Rua do Imperador, está com bastante lixo e alguns bancos danificados. Na Avenida Guararapes, as pichações estão espalhadas por toda via. Na Praça da Independência, que fica no bairro de Santo Antônio, a placa e a estátua do poeta Carlos Pena Filho estão depredadas.

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Além disso, há vários prédios estão abandonados na área. Diante de tantos problemas, moradores e visitantes lamentam a situação do centro da capital pernambucana.

Nota da Prefeitura do Recife

A Prefeitura do Recife, informou que todos os equipamentos públicos da cidade são beneficiados com limpeza e manutenção constantes, mas acabam sendo alvos de vandalismo. Disse ainda que vai fazer um levantamento das ações necessárias à recuperação dos bancos e da estátua de Carlos Pena Filho para programar limpeza e reparos.

Com relação a população em situação de rua, a prefeitura disse que mantém treze unidades de acolhimento institucional, além de dois restaurantes e dois centro para atender as famílias. E que atua diariamente para sensibilizar essas pessoas a deixarem as ruas.

Nota da Polícia Militar

Em nota, sobre a insegurança, a Polícia Militar disse que a área conta com policiamento 24 horas por dia, com guarnições e motopatrulheiros.

Novo auxílio emergencial é insuficiente?

As desigualdades sociais cresceram ainda mais durante o primeiro ano da pandemia do novo coronavírus (covid-19). O novo auxílio emergencial, que começou a ser pago com valores menores do que em 2020, não é suficiente para conter a falta de renda e a fome de grande parte dos brasileiros. O resultado é o empobrecimento cada vez maior da população, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Os dias na casa de Ione Maria, no bairro de Passarinho, no Recife, não estão sendo fáceis. Segundo ela, em sua geladeira só tem pouca comida, das quais foram doadas no mês passado. Em entrevista à reportagem da TV Jornal, ela informou que tenta economizar para conseguir se alimentar com o marido, seu José Gomes, de 59 anos.

Apelos por comida e emprego

A pandemia do novo coronavírus (covid-19) agravou o desemprego em Pernambuco e, por conta da crise econômica, o número de pedintes e moradores de rua cresceu, no Recife. Atualmente, pedaços de papelão se transformam instrumentos para pedir pelo básico, e cruzamentos se tornam locais de súplica e socorro.

Com o agravamento da crise, os pontos movimentados das grandes vias se tornaram ainda mais disputados por moradores de rua ou simplesmente desempregados. Em um cruzamento do bairro de Santo Amaro, por exemplo, não é pedido muito. Em um registro feito pela equipe de reportagem, um homem segura um cartaz e pede apenas centavos para acabar com a fome. Clique aqui e saiba como ajudar.

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