Os PM's afastados depois do protesto no Recife contra o governo Bolsonaro no último dia 29 de maio, e a vereadora Liana Cirne (PT), prestaram depoimento à polícia nessa terça-feira (8), na Delegacia da Rio Branco, localizada no Recife Antigo.
Os quatro policiais da Rádio Patrulha são suspeitos de terem agredido com spray de pimenta a vereadora e de não terem prestado socorro ao adesivador de carros Daniel Campelo, atingido no olho por bala de borracha.
O advogado Rafael Nunes, que representa os policiais, confirmou que os quatro foram convidados a prestar depoimento, mas disse que não há inquérito contra eles.
Por enquanto, eles estão afastados das atividades de rua até o fim da investigação. Mesmo com as imagens mostrando a vereadora tentando conversar com os policiais e sendo agredida com spray de pimenta, o advogado defendeu a postura dos policiais.
O advogado falou ainda que os policiais estavam correndo risco de vida. Ainda segundo ele, Liana Cirne estava tentando a liberação de um manifestante que estaria na viatura e só não foi detida porque os policiais estariam em menor número.
Outro lado
A vereadora Liana Cirne esteve na mesma delegacia e também prestou depoimento. Ela negou que existisse alguém detido naquela viatura.
"Policiais poderiam ser agredidos"
Sobre os policiais não terem prestado socorro ao adesivador Daniel Campelo, o advogado disse que eles poderiam ser agredidos se tivessem parado para prestar socorro.
Imagens feitas logo após Daniel ser atingido mostram alguns policiais descendo da viatura e pouco tempo depois indo embora. As imagens não mostram os policiais sendo ameaçados pelos manifestantes.
O protesto
O protesto contra a gestão do presidente Jair Bolsonaro aconteceu no último dia 29 de maio.
Já quando a manifestação chegava ao fim, cenas de violência foram registradas. Jonas Correia e Daniel Campelo, que passavam pelo local, mas nem participavam do ato, foram as duas pessoas que se feriram mais gravemente.
A vereadora Liana Cirne também foi agredida com spray de pimenta.