Todos os dias, o TV Jornal Meio-Dia mostra dezenas de fatos que acontecem em Pernambuco. No quadro 'Notícia do Mês', são relembrados os fatos marcantes, que merecem destaque.
Em junho, foi o protesto contra o presidente Jair Bolsonaro no Recife, no último sábado (29), que deixou duas pessoas feridas por bala de borracha.
Atualmente, a vida desses dois moradores do Recife, que foram feridos, não é mais a mesma. As marcas da violência ficaram nos olhos (onde foram atingidos pela bala) e na mente de Jonas Correia e Daniel Campelo. Um é descarregador e o outro adesivador de carros.
Dois recifenses que não se conheciam, mas que tiveram as vidas cruzadas vitimas da violência policial durante uma manifestação contra o presidente no centro da capital pernambucana.
Daniel e Jonas que não participavam do protesto acabaram sendo atingidos por balas de borracha disparadas pelos PM’s. Os ferimentos fizeram com que ambos perdessem parte da visão. Sem puder trabalhar, a vida dos dois foi diretamente impactada.
Cargos
Após a repercussão do ato, o então secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antônio de Pádua, e o comandante da Polícia Militar no Estado, Vanildo Maranhão, deixaram os cargos que ocupavam.
No dia 4 de junho o novo secretário de Defesa Social, Humberto Freire, anunciou o afastamento de 16 policiais militares, sendo 3 oficiais e 13 praças. Eles são investigados por não terem prestado socorro, desvio de conduta, uso irregular de balas de borracha.
Encontros
Durante todo o mês de junho, as famílias das vítimas tiveram vários encontros com representantes do Governo de Pernambuco para negociar uma possível indenização e pensão das vítimas, segundo o advogado Marcellus Ugiette, que representa Daniel Campelo.
As duas vítimas ainda lutam para conseguir um acordo com o governo para o recebimento dos benefícios.
- ''Eu tenho pesadelo'', diz adesivador atingido por bala de borracha no olho durante protesto no Recife
- Após atos violentos em protesto no Recife, OAB-PE sugere câmeras acopladas nos uniformes da Polícia Militar
- PMs afastados após protesto no Recife contra Bolsonaro e vereadora agredida com spray de pimenta prestam depoimento à polícia
- ''A ordem para atirar não aconteceu'', diz secretário sobre ação violenta da Polícia Militar em protesto no Recife
- Veja documento que dá detalhes e nome de quem teria dado ordem para polícia agir em protesto contra Bolsonaro no Recife
Auxílio emergencial
As duas vítimas estão recebendo um auxílio emergencial por parte do Governo do Estado enquanto aguardam um desfecho do caso. Um valor que, segundo Jonas Correia, é insuficiente para o sustento da família.
Nota da Secretaria de Desenvolvimento Social de Pernambuco
Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Social de Pernambuco confirmou que apenas a primeira parcela do benefício foi paga às vítimas e que na segunda semana de julho, haverá o pagamento da segunda parcela.
A secretaria explica que o benefício, previsto em lei estadual, é R$ 2.200 para cada um dos feridos, o que representa dois salários mínimos, durante três meses. O valor e a duração do pagamento, segundo o órgão, obedecem a legislação.
Nota da Procuradoria Geral do Estado
Em relação à indenização, a Procuradoria Geral do Estado informou que aguarda a entrega de documentos solicitados às vítimas na última reunião, para dar prosseguimento a negociação de um acordo.