PROTESTO

Notícia do mês: Junho é marcado por protesto que deixou duas pessoas feridas por bala de borracha no Recife

Daniel e Jonas que não participavam do protesto acabaram sendo atingidos por balas de borracha disparadas pelos PM’s

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 30/06/2021 às 10:30 | Atualizado em 30/04/2022 às 19:35
Bruno Campos/ JC Imagem
FOTO: Bruno Campos/ JC Imagem

Todos os dias, o TV Jornal Meio-Dia mostra dezenas de fatos que acontecem em Pernambuco. No quadro 'Notícia do Mês', são relembrados os fatos marcantes, que merecem destaque.

Em junho, foi o protesto contra o presidente Jair Bolsonaro no Recife, no último sábado (29), que deixou duas pessoas feridas por bala de borracha.

Atualmente, a vida desses dois moradores do Recife, que foram feridos, não é mais a mesma. As marcas da violência ficaram nos olhos (onde foram atingidos pela bala) e na mente de Jonas Correia e Daniel Campelo. Um é descarregador e o outro adesivador de carros.

Dois recifenses que não se conheciam, mas que tiveram as vidas cruzadas vitimas da violência policial durante uma manifestação contra o presidente no centro da capital pernambucana.

Daniel e Jonas que não participavam do protesto acabaram sendo atingidos por balas de borracha disparadas pelos PM’s. Os ferimentos fizeram com que ambos perdessem parte da visão. Sem puder trabalhar, a vida dos dois foi diretamente impactada.

Cargos

Após a repercussão do ato, o então secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antônio de Pádua, e o comandante da Polícia Militar no Estado, Vanildo Maranhão, deixaram os cargos que ocupavam.

No dia 4 de junho o novo secretário de Defesa Social, Humberto Freire, anunciou o afastamento de 16 policiais militares, sendo 3 oficiais e 13 praças. Eles são investigados por não terem prestado socorro, desvio de conduta, uso irregular de balas de borracha.

Encontros

Durante todo o mês de junho, as famílias das vítimas tiveram vários encontros com representantes do Governo de Pernambuco para negociar uma possível indenização e pensão das vítimas, segundo o advogado Marcellus Ugiette, que representa Daniel Campelo.

As duas vítimas ainda lutam para conseguir um acordo com o governo para o recebimento dos benefícios.

Auxílio emergencial

As duas vítimas estão recebendo um auxílio emergencial por parte do Governo do Estado enquanto aguardam um desfecho do caso. Um valor que, segundo Jonas Correia, é insuficiente para o sustento da família.

Nota da Secretaria de Desenvolvimento Social de Pernambuco

Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Social de Pernambuco confirmou que apenas a primeira parcela do benefício foi paga às vítimas e que na segunda semana de julho, haverá o pagamento da segunda parcela.

A secretaria explica que o benefício, previsto em lei estadual, é R$ 2.200 para cada um dos feridos, o que representa dois salários mínimos, durante três meses. O valor e a duração do pagamento, segundo o órgão, obedecem a legislação.

Nota da Procuradoria Geral do Estado

Em relação à indenização, a Procuradoria Geral do Estado informou que aguarda a entrega de documentos solicitados às vítimas na última reunião, para dar prosseguimento a negociação de um acordo.

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