SAÚDE

VARÍOLA DOS MACACOS: O que é? Como se transmite? Quais os sintomas? Saiba tudo sobre a monkeypox

Causada pelo vírus monkeypox, a doença já alcançou milhares de pessoas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde

Marcelo Aprígio
Marcelo Aprígio
Publicado em 03/08/2022 às 13:01
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O número de diagnóstico passava de 1,3 mil no dia 3 de agosto de 2022 - FOTO: GETTY IMAGES

Os casos da varíola dos macacos vêm crescendo em todo o Brasil. Causada pelo vírus monkeypox, a doença já alcançou milhares de pessoas no país, segundo dados do Ministério da Saúde.

O número de diagnóstico passava de 1,3 mil no dia 3 de agosto de 2022, cerca de dois meses após a confirmação do primeiro caso no Brasil.

Com a varíola dos macacos atingindo mais pessoas pelo mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) resolveu declarar a doença como emergência de saúde pública de interesse internacional. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Temos um surto que se espalhou rápido pelo mundo, através de novas formas de transmissão, sobre as quais entendemos muito pouco, e que se encaixa nos critérios do Regulamento Sanitário Internacional", afirmou ele.

O QUE É VARÍOLA DOS MACACOS?

A varíola dos macacos é considerada uma zoonose viral — quando o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais — com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave.

O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, o nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970.

Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.

COMO É TRANSMITIDA A VARÍOLA DOS MACACOS?

Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, a transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

E, segundo o órgão de saúde, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos.

O contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.

SINTOMAS DA VARÍOLA DOS MACACOS

A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica.

Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.

Casos considerados “prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas.

Soma-se a isso, histórico de viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus.

Casos confirmados ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus da varíola dos macacos por meio do exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real e/ou sequenciamento.

QUAL É O TRATAMENTO PARA A VARÍOLA DOS MACACOS?

A varíola dos macacos tende a ser leve e, geralmente, os pacientes se recuperam em algumas semanas sem tratamento específico, apenas com repouso, muita hidratação oral, medicações para diminuir o prurido e controle de sintomas como febre ou dor.

Existem medicamentos antivirais, como o tecovirimat e o cidofovir, que podem ser usados em pessoas sob risco de complicações, mas que não são facilmente disponíveis comercialmente.

VARÍOLA DOS MACACOS TEM VACINA?

Não há previsão de vacinação em massa contra a doença em nenhum país no mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é improvável que a medida seja necessária para combater o surto.

A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos, mas a OMS explicou que pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.

A agência trabalha na verificação dos estoques atuais de vacina da varíola para ver se precisam ser atualizados.

A prevenção e o controle dependem da conscientização das comunidades e da educação dos profissionais de saúde para prevenir a infecção e interromper a transmissão.

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