EVANGÉLICOS

Pesquisa brasileira revela que evangélicos têm mais oportunidades no mercado de trabalho

O crescimento dos evangélicos no Brasil influencia o mercado de trabalho, segundo estudo da UFMG

Emília Prado
Emília Prado
Publicado em 15/06/2022 às 16:15
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Evangélicos têm mais chances no mercado de trabalho brasileiro, segundo pesquisa - FOTO: Reprodução/Pixabay

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgaram as primeiras conclusões do projeto Religião e empregabilidade – a força dos laços fracos e fortes em grupos religiosos pentecostais.

As análises apontam que o mercado de trabalho brasileiro está acompanhando a mudança do perfil religioso no país.

Os entrevistados foram questionados quanto ao seu gênero e cor. Aqueles que se autodeclararam pretos ou pardos tinham menos chances de conseguir rendimentos do trabalho do que os que se declararam brancos. A mesma desvantagem atinge as mulheres consultadas.

Porém, colocando em análise a religião dos entrevistados, a conclusão foi que as pessoas pretas e pardas que se declaram evangélicas tinham suas chances aumentadas na hora de conseguir um emprego.

"Percebemos que as camadas mais pobres da população e pessoas pretas e pardas que são evangélicas conseguem, por meio de suas filiações religiosas e dos engajamentos em suas igrejas, moderar as desvantagens no mercado de trabalho", explica Silvio Salej, do Departamento de Sociologia da UFMG.

"Isso mostra que o vínculo com a comunidade de fé está criando um mecanismo que propicia ganhos e oportunidades para essas pessoas", conclui o professor.

Um "rótulo" que gera mudança

Ao mesmo tempo que é positiva a geração de oportunidades trazida a essas pessoas pelo vínculo religioso, os pesquisadores refletem sobre a motivação da mudança notada quando é adicionado o "selo" de evangélico.

"A pessoa que inicialmente carregava o 'rótulo negativo' de ser negro passa a carregar o 'rótulo' de evangélico. Assim, o novo 'rótulo positivo' anularia o efeito do negativo", indica o professor de sociologia Jorge Alexandre Barbosa, da UFMG.

A evidência da problemática social também é observada no caso da discriminação de gênero. O professor Jorge argumenta que as mulheres "são empoderadas pela igreja e se tornam mais motivadas e até capacitadas" no mercado de trabalho.

Crescimento dos evangélicos no Brasil

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de evangélicos tem crescido tanto no Brasil que deve superar a maioria católica em 2032. Parte importante desse crescimento se deve à denominação pentecostal, a que mais conquista fiéis no país.

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