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Cantor gospel gay dispensa críticas e diz que 'LGBTs são obra de Deus'

Cantor revelou que os LGBTs são obra divina

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 27/07/2022 às 9:45 | Atualizado em 27/07/2022 às 9:53
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Reprodução/Instagram
Cantor gospel - FOTO: Reprodução/Instagram

O cantor gospel gay Gil Monteiro, de 28 anos, resolveu contar ao mundo sobre sua homossexualidade há cerca de um mês.

Através de um vídeo compartilhado nas redes sociais, Gil surpreendeu os seguidores falando sobre sua história e gerou uma onda mista de apoio e críticas.

A longa carreira na música gospel e sua dedicação ao catolicismo desde a infância não blindaram o artista do boicote.

Após o anúncio na internet, não demorou muito e o artista viu sua agenda de shows minguar.

Em entrevista ao portal 'Terra', Gil conta que se expor foi fruto de muita terapia, mas não esquece que em anos difíceis chegou a pedir a Deus para "salvá-lo".

"Na igreja aprendi que é errado [ser gay]. Isso internalizou em mim até na fase adulta. Eu rezava para Deus me curar, buscava alternativas para me livrar disso", revela.

Paranaense radicado no interior de São Paulo, Gil Monteiro sentiu em 2018 um pouco do que viveria anos depois.

O cantor frequentava uma paróquia em São José dos Campos, onde a comunidade e as lideranças religiosas sabiam de forma velada sobre sua sexualidade.

O artista sempre esteve à frente de projetos, campanhas e voluntariados da igreja. Porém, Gil foi alvo de boato, segundo o qual ele teria se casado, com direito a festa e todas as pompas.

Segundo ele, autoridades religiosas da comunidade não gostaram da história e o impediram de chefiar qualquer projeto na instituição.

"Me senti invalidado. Tudo que fiz até ali foi invalidado, não servia mais. Me senti convidado a uma festa onde eu só podia olhar, mas não podia me divertir", contou.

'TEMPO'

Após o boato, Gil resolveu dar um tempo. Não da fé, mas da religião. Ele passou a assistir missas via transmissão de vídeo e usar a arte como porta-voz da sua dor.

Desde o afastamento surgiram duas canções que demarcam sua nova fase: 'Gravidade' e 'A Cor do Amor'. As músicas o fizeram questionar o motivo de ser pedido de atuar na igreja.

"Só porque sou gay? A igreja é feita de LGBTs. Se retirar as pessoas que são homossexuais da instituição, retiram um grande contingente de trabalho voluntário, mão de obra gratuita e fiéis", contesta. "Os LGBTs são obra de Deus, não são erros. Deus me criou como homem gay intencionalmente".

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