CORONAVÍRUS

COVID-19: "Muitas pessoas estão vivendo como se não houvesse pandemia", diz secretário de saúde

O secretário de saúde, André Longo, alertou para o aumento no número de ocupação de leitos de UTI na rede pública de saúde, devido ao crescimento dos casos de Covid-19

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 15/03/2021 às 18:30 | Atualizado em 29/11/2022 às 7:28
Hélia Scheppa/SEI
FOTO: Hélia Scheppa/SEI

O Governo de Pernambuco concedeu, nesta segunda-feira (15), uma entrevista coletiva para informar a população sobre o avanço da pandemia da covid-19.

Participaram da entrevista o secretário de Saúde do Estado, André Longo, o secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Alexandre Rebelo e o Procurador Geral do Estado de Pernambuco, Ernani Medicis.

O secretário de saúde André Longo alertou para o número de ocupação de leitos de UTI na rede pública de saúde.

>> Entenda a diferença entre quarentena, lockdown e isolamento para não confundir o atual decreto em Pernambuco

"Tivemos crescimento expressivo entre as semanas 9 e 10. Foram 284 de solicitações a mais de vagas de terapia intensiva, um crescimento de 39%", afirmou.

"Este é o maior volume desde o início da pandemia, e nos da uma real noção da gravidade do momento", declarou Longo.

Dando continuidade ao argumento, André Longo fez um alerta para a população pernambucana.

"É preciso entender que, neste momento, vidas estão em risco. Muitas pessoas passaram a relaxar nas medidas de proteção e estão vivendo como se não houvesse pandemia, como se não houvesse amanhã".

"Precisamos, urgentemente diminuir a curva de aceleração epidêmica. Isso só será possível com um alto grau de isolamento social nos últimos dias", disse.

Até agora, Pernambuco já perdeu 11.411 vidas para a doença e enfrenta um aumento na média móvel de mortes. O Estado também está com o sistema de saúde pressionado, com 95% dos leitos de UTI públicos ocupados.

O que está proibido de funcionar durante a quarentena?

Durante o período de quarentena, ficarão proibidos de funcionar os serviços de bares e restaurantes; shoppings e galerias comerciais; óticas; salas de cinema e teatros; academias.

Também fica proibido o funcionamento de salões de beleza e similares; comércio varejista de vestuário, calçados, eletroeletrônicos e linha branca, cama, mesa e banho e produtos de armarinho.

>> Saiba o que pode e o que não pode funcionar durante período de quarentena em Pernambuco

Além disso, escolas e universidades, clubes sociais, esportivos e agremiações; práticas e competições esportivas; praias, parques e praças; ciclofaixas de lazer, eventos culturais e de lazer, além dos sociais.

Igrejas e demais templos religiosos poderão abrir para atividades administrativas e para preparação e realização de celebrações via internet.

Pronunciamento do governador

“Estamos em um novo pico da crise e de ameaça crescente. É preciso reverter essa tendência para proteger cada vida e vencer", disse.

"Adotamos novas medidas sociais e econômicas buscando reduzir o impacto da pandemia, mesmo diante de uma crise que também atinge o governo", destacou Paulo Câmara.

Ele ressaltou que uma decisão nesse sentido não é simples, mas não pode haver omissão de nenhuma das partes envolvidas.

O que está permitido funcionar durante a quarentena?

Permanecerão ativos os seguintes serviços considerados essenciais:

  • Supermercados;
  • Padarias;
  • Farmácias;
  • Postos de combustíveis;
  • Petshop;
  • Clínicas;
  • Ambulatórios e similares;
  • Bancos e lotéricas
  • Transporte público;
  • As indústrias, atacado e termoelétricas;
  • Construção civil;
  • Material de construção;
  • Materiais e equipamentos de informática;
  • Lojas de materiais e equipamentos agrícolas, oficinas e assistências técnicas e lojas de veículos.

Desrespeito aos protocolos anteriores

A publicação do novo decreto acontece após várias tentativas do governo de sensibilizar a população sobre a gravidade da pandemia do novo coronavírus.

Em entrevista à Rádio Jornal na semana passada, o próprio secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, suplicou que a população usasse máscaras cobrindo boca e nariz ao sair às ruas.

Desde o último dia 3 deste mês, já estava em vigor um decreto que proibia atividades não essenciais de funcionarem entre 20h e 5h de segunda a sexta e em qualquer horário nos finais de semana.

Mas boa parte da população não colaborou. Na madrugada do último domingo (!4), fiscais encontraram, por exemplo, uma festa com 81 pessoas em Aldeia, na cidade de Camaragibe, no Grande Recife.

No sábado e no domingo, apesar do banho de mar estar proibido, fiscais tiveram muito trabalho para retirar banhistas que insistiam em entrar na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e na orla de Olinda.

Ônibus continuaram superlotados no sábado. E até uma manifestação de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro contra as medidas restritivas foi registrada na Avenida Boa Viagem, no domingo.

Em todos esses casos, muitas pessoas não faziam sequer o uso de máscaras.

De acordo com a In Loco, empresa especializada em geolocalização, no sábado (13), Pernambuco teve apenas 43,1% de isolamento social. No domingo (14), o índice subiu para 50,9%.

No entanto, estes números ainda são insuficientes, já que especialistas acreditam que apenas com 70% de isolamento social é possível conter a transmissão do vírus.

Nesta segunda-feira (15), o cientista Jones Albuquerque disse à Rádio Jornal que, com a atual taxa de isolamento, o vírus continua se espalhando de forma "muito agressiva".

Avanço da pandemia em Pernambuco

No início da tarde desta segunda-feira (15), o governo de Pernambuco atualizou os números da pandemia no Estado.

Nas últimas 24 horas, foram registrados mais 921 doentes com covid-19, elevando o total de casos para 318.449.

O número de mortes também não para de subir. Somente nesta segunda-feira, a Secretaria de Saúde do Estado registrou mais 28 óbitos.

No total, 11.411 mortes já perderam a vida em Pernambuco em função da covid-19.