CÂNCER

Fumantes passivos tem 30% a mais de chance de ter câncer de pulmão

TV Jornal
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Publicado em 15/08/2018 às 21:00

-EBC

Segundo os dados do Ministério da Saúde, o Brasil conta com cerca de 21 milhões de fumantes, o que representa 12% da população. A fumaça do cigarro possui de quatro a nove mil substâncias tóxicas onde pelo menos 70 delas são cancerígenas. O câncer de pulmão costuma ser associado ao fumante, mas ele também pode ser o responsável pelo aparecimento de outros tipos de câncer, como boca, laringe, faringe, entre outros. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 31.270 novos casos de câncer no pulmão em 2018, sendo a maioria deles provocado pelo fumo.

Os fumantes passivos são aqueles que involuntariamente inalam a fumaça do cigarro e também estão sujeitos a enfrentar os danos causados pelo tabagismo. Pesquisas apontam que somente a fumaça contém cerca de três vezes mais nicotina e monóxido de carbono. "Estar em contato, mesmo que indiretamente, com essa fumaça pode aumentar em 30% os riscos de desenvolver câncer de pulmão. E as crianças constantemente expostas têm mais predisposição a desenvolver leucemia, linfoma e tumores cerebrais", explica a Dra. Mariana Laloni, oncologista do Centro Paulista de Oncologia.

Recentemente, especialistas conseguiram provar que mesmo não estando em contato com a fumaça o indivíduo não está livre dos danos causados por ela. Um estudo publicado na revista Pediatrics mostrou que ambientes defumados pelo tabaco também estão repletos de partículas cancerígenas, que podem permanecer por até dois meses. "O fumo de terceira mão, aquele cheiro forte que fica impregnado em almofadas, tapetes e cortinas, apenas para citar alguns exemplos, também representa riscos à saúde e evidencia o quanto o cigarro pode afetar o bem estar das pessoas que convivem em casa, no trabalho e em demais espaços coletivos com a fumaça gerada pelos fumantes ativos", finaliza Laloni.

OMS

A Organização Mundial de Saúde (OMS), avalia que há aproximadamente dois bilhões de pessoas que estão no grupo de fumantes passivos no mundo. No Brasil, estima-se que a quantidade de pessoas enquadradas nesta categoria pode chegar 14,5 milhões, número que representa mais de 7% da população nacional. Além do grande risco de câncer de pulmão, de colo de útero e de pâncreas, o grupo também corre o risco de portar outros problemas como derrame cerebral, asma e pneumonia. O risco de câncer de colo de útero chega a ser 73% maior em mulheres fumantes passivas, em comparação as mulheres não fazem uso do cigarro.