Eleições

Ministro Barroso diz que TSE estuda fazer eleições futuras pela internet

Presidente do Tribunal Superior Federal afirmou que os custos das urnas eletrônicas são altos

Com informações da Agência Brasil
Com informações da Agência Brasil
Publicado em 15/11/2020 às 14:48
Marcelo Camargo/Abr
FOTO: Marcelo Camargo/Abr

Em entrevista coletiva na tarde deste domingo (15), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, comenta o 1º turno da eleições municipais 2020 no Brasil. O ministro afirmou, durante a coletiva, que o TSE estuda criar uma votação online para as próximas eleições.

"A proposta para as eleições do futuro é para que empresas de tecnologia apresentem modelos de votação digital que possam, no futuro, substituir as urnas, que funcionam muito bem e são confiáveis, porém elas têm um custo elevado, uma necessidade de reposição constante. A cada dois anos nós precisamos repor cerca de 20% das urnas. Com o aumento do dólar, isso significa, eu diria, aproximadamente R$ 1 bilhão de reais. E, portanto, para minimizar esse custo, nós estamos tentando um modelo alternativo, de preferência de voto pelo dispositivo pessoal", explicou Barroso.

Segundo o presidente do TSE, os estudos de um novo modelo de votação serão comandados pelos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes. "Trinta e uma empresas se apresentaram para novos modelos tecnológicos substitutivos à urna eletrônica. Todos vão apresentar suas propostas ao Tribunal Superior Eleitoral e, depois, começam as propostas. Nós vamos nos reunir com o ministro Luiz Edson Fachin, que é o próximo presidente, e com o ministro Alexandre de Moraes, que serão os responsáveis pela organização das eleições de 2022. E, evidentemente se tiver alguma proposta interessante e factível, nós vamos começar a pensar a forma de implantação de um novo modelo. Nesse momento, é tudo meramente especulativo, e uma eventual subsitituição das urnas terá que ser progressiva também", afirmou Barroso.

Treze candidatos foram presos neste domingo de eleições, diz TSE

Em boletim divulgado ao meio-dia, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que 13 candidatos foram presos até as 11h. Outros 10 foram flagrados em algum tipo de conduta irregular.

O maior número de prisões se deu pela prática de boca de urna (7), seguida de divulgação de propaganda (5) e uso de alto-falante (1). Os estados com o maior número de candidatos presos são Minas Gerais (10), Goiás (4), Sergipe (4) e São Paulo (2).

Crimes eleitorais chegam a 418, segundo último boletim do Ministério da Justiça

O Ministério da Justiça já registrou 418 crimes eleitorais nas eleições de hoje (15). A maioria (128) foi compra de votos, de acordo com o último boletim divulgado pelo ministério.

Há também registro de 118 casos de boca de urna, concentração de eleitores (37), dano à urna de votação (1), desobediência às ordens da Justiça Eleitoral (85), desordem que prejudicam os trabalhos eleitorais (10), falsidade ideológica (3), fatos e imputações inverídicas, conhecidas como fake news, (22), impedimento ou embaraço ao exercício do voto (2) e transporte de eleitores (12).

Os crimes contra candidatos somaram 24: ameaça (16), tentativa de homicídio (4), lesão corporal (4). Os crimes comuns relacionados às eleições chegaram a 195: ameaça (78), furto (12), homicídio (3), tentativa de homicídio (7), lesão corporal (34), porte ilegal de arma de fogo (12,), roubo (17) e vias de fato (32). Leia mais.

Ministério Público Federal recebeu quase 200 denúncias de fraude eleitoral no último mês

Conteúdos com indícios de fraude eleitoral publicados na internet foram alvo de 190 denúncias, no último mês, na plataforma lançada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela SaferNet Brasil. O levantamento se refere ao período de 18 de outubro, quando a plataforma entrou no ar, até a última sexta-feira (13).

As principais situações noticiadas pelos cidadãos na plataforma se referem a empresas que vendem serviço de disparo em massa pelo WhatsApp, pesquisas eleitorais falsas ou irregulares (sem registro na Justiça Eleitoral) e conteúdos enganosos sobre a segurança das urnas eletrônicas. Este ano, a atribuição originária para atuar na fiscalização das eleições municipais é dos promotores eleitorais.

A maior parte das representações foram feitas em São Paulo (59 casos), Paraná ( 58) e Rio de Janeiro (16) Na Bahia foram feitas 14 representações e em Minas Gerais foram 9 registros de denúncias.