
Ao ser perguntado sobre a morte de um homem negro em um uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que ''no Brasil, não existe racismo''.
A declaração, nesta sexta-feira (20), justamente no Dia da Consciência Negra, aumentou a polêmica nas redes sociais e sucedeu a morte de João Alberto Silveira Freitas.
"Lamentável, né? Lamentável isso aí. Isso é lamentável. Em princípio, é segurança totalmente despreparada para a atividade que ele tem que fazer", disse o vice-presidente do Brasil.
"Para mim, no Brasil, não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil. Isso não existe aqui", afirmou Hamilton Mourão.
Em seguida, ao ser perguntado sobre a declaração acima, o vice-presidente da República reforçou o argumento de que o Brasil é um país com desigualdade social e sem racismo.
''Não, eu digo para você com toda a tranquilidade: não tem racismo aqui", repetiu.
Relembre o caso
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul segue com a investigação da morte de João Alberto Silveira Freitas, que foi espancado e morto por dois homens.
De acordo com o repórter Lucas Abati, do SBT RS, a delegada Roberta Bertoldo confirmou que outros seguranças do Carrefour impediram o socorro à vítima.
Em entrevista à emissora gaúcha, uma testemunha havia revelado que tentou ajudar, mas foi impedido.
Homem NEGRO é espancado até a morte, EM PORTO ALEGRE, por seguranças do SUPERMERCADO CARREFOUR. Covarde e bárbaro homicídio !!!
— Pedro Ruas (@PedroRuasPsol) November 20, 2020
Homem é morto após ser espancado por seguranças em supermercado da zona norte de Porto Alegre https://t.co/HR3smaDJVd pic.twitter.com/xUPJ1hkLgp
Nota do Carrefour na íntegra
O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão.
O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.
O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente.
Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam.
Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.