RESUMO

Serial killer de Brasília: força nacional no caso, relato de refém e esposa quer ajudar a encontrar marido. Saiba o resumo do nono dia de buscas

Lázaro Barbosa, de 32 anos, é o principal suspeito de cinco assassinatos na capital federal

Filipe Farias Batista
Filipe Farias Batista
Publicado em 17/06/2021 às 23:16 | Atualizado em 29/06/2022 às 21:51
Divulgação/PMDF
FOTO: Divulgação/PMDF

Mais um dia se passou sem que Lázaro Barbosa, de 32 anos, principal suspeito de cinco assassinatos... Quatro deles ocorrendo na última semana, no Distrito Federal.

Ele também é suspeito de ter atirado em três pessoas, invadido propriedades e incendiado uma delas. Diante desse rastro de crueldade, Lázaro ficou conhecido nas redes sociais como o 'serial killer de Brasília'.

Confira o resumo das principais notícias do nono dia de buscas na tentativa de capturar Lázaro Barbosa.

FORÇA NACIONAL

O secretário de segurança pública de Goiás, Rodney Miranda, garantiu, nesta quinta-feira (17), que a Força Nacional será acionada para ajudar na captura de Lázaro Barbosa de Souza, de 32 anos, que está sendo chamado de "serial killer de Brasília".

De acordo com Miranda, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ligou, na quarta-feira (16), oferecendo 20 agentes para reforçar a operação que tenta prender o criminoso há nove dias.

Em coletiva de imprensa, Rodney Miranda, voltou a dizer que as equipes só deixarão a região de Edilândia, em Cocalzinho de Goiás, após a captura do homem.

Miranda também disse que o trabalho está sendo feito com cautela, pelo suspeito estar 'cada vez mais acuado e perigoso'.

"Nós não vamos sair do local enquanto não achá-lo. Não vamos deixar desguarnecida a nossa população. Precisamos controlar a ansiedade. Ele vai ser pego. Ontem nós chegamos muito perto, e hoje vamos pegá-lo", afirmou. 

 

PAI DO SERIAL KILLER

O pai de Lázaro Barbosa, um aposentado, de 57 anos, mora no povoado onde acontece a operação policial. Ele deixou a casa onde mora, com medo do próprio filho. Em entrevista ao SBT, ele desabafou sobre a situação.

"Eu não esperava de eu estar passando por um filme de terror, porque isso não é vida para ser humano, mas o espírito que está apoderando dele é um monstro", afirmou. Mesmo diante do que está acontecendo, o pai do suspeito pede perdão pelos crimes do filho.

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o pai de Lázaro Barbosa falou que leva uma vida simples, no município goiano de Girassol, disse ter ficado arrasado ao saber da chacina em Ceilândia.

"Esse monstro eu registrei, mas, quando as pessoas falam 'o seu filho', aquilo me estremece todo. Não dá vontade nem de ficar mais na Terra. Eu estou arrasado. Se eu vê-lo por aí, eu nem conheço mais", lamentou. 

ESPOSA DO SERIAL KILLER

A esposa de Lázaro Barbosa de Sousa disse estar disposta a ajudar a polícia nas buscas pelo marido. Lázaro é procurado há nove dias, suspeito de matar quatro pessoas de uma família em Ceilândia, no Distrito Federal.

Na fuga, o homem já cometeu roubos, invasões em propriedades rurais, tentativas de homicídio e deixa um rastro de pânico na população da região.

Em entrevista ao Correio Braziliense, a mulher que não quis se identificar disse que tem medo de receber a informação da morte do companheiro. Juntos há quatro anos, eles têm uma filha de dois anos.

"Se a gente tivesse a oportunidade de ir com a polícia para o meio do mato, para convencê-lo a se entregar. A gente não sabe o que aconteceu na mente e no coração dele. A ficha não caiu", disse a mulher durante a entrevista.

"Não acredito em nenhum ritual. Ele tinha uma fé em Deus muito grande, foi até pregador da palavra no presídio. Eu só vou acreditar que ele se envolveu mesmo nisso quando ele for pego e falar", concluiu.

RELATO DE REFÉM

Na tarde da última terça-feira (15), Lázaro invadiu uma chácara, em Edilândia, em Goiás, e levou um casal e a filha de 16 anos para um matagal, mas foi surpreendido pela polícia.

O motivo foi uma mensagem enviada pela adolescente a um policial. Após troca de tiros, um policial foi ferido no rosto e, novamente, o homem conseguiu escapar dos agentes.

A polícia esteve no local, na segunda-feira (14), e um policial deixou o número de celular com a família. Um dia depois, na tarde da terça, ele recebeu a mensagem: "Socorro, o assassino Lázaro está aqui em casa. Fazenda Grota da Água do Valdo Silva", dizia o texto.

O oficial, então, respondeu a mensagem, que não chegou no destinatário. Com isso, uma equipe seguiu até a residência da família. No local, encontram a casa revirada e as panelas mexidas.

Todas as equipes foram acionadas para ir até a chácara e realizar buscas. Quando os policiais entraram na mata, foram surpreendidos por Lázaro, que efetuou disparos contra eles.

A adolescente contou para a polícia que assim que viu o homem na fazenda foi para debaixo da cama e enviou o pedido de ajuda.

Em áudio, uma parente das vítimas relatou os momentos de tensão com o suspeito.

"Aí levou os três, amarrou o Edson, e quando o helicóptero começou a sobrevoar lá, porque foi tudo muito rápido, ele falou que ia matar os três. Aí levou eles pro meio do mato, pro rio abaixo, e quando ele viu o helicóptero, fez eles deitarem no chão e tampou eles com folha. Aí 'os policial desceu' pro lado que ele tinham levado eles e ele pegou e atirou contra a polícia", diz.

Lázaro roubou dois celulares da família, incluindo o da adolescente, que fez o envio da mensagem de pedido de ajuda. 

Linha do tempo de crimes

  • Dia 1 - Na quarta-feira (9), ele cometeu o assassinato de uma família em Ceilândia.
  • Dia 2 - Na manhã do dia seguinte, quinta-feira (10), o homem teria invadido uma casa que fica a 3 km do local onde o caso aconteceu. Lá, de acordo com o Correio Braziliense, ele teria colocado Sílvia Campos, 40, proprietária da chácara, e o caseiro, identificado como Anderson, 18, na mira de seu revólver por 3 horas. No local, ele ainda teria obrigado os dois a fumarem maconha. Antes de fugir, roubou R$ 200, uma jaqueta, celulares e carregador.
  • Dia 3 - No terceiro dia de fuga, Lázaro fez mais um refém e roubou um Fiat Pálio em Ceilândia. Com o veículo, ele se dirigiu a Cocalzinho, desta vez em Goiás, onde abandonou e incendiou o carro. As investigações apontam que lá, ele se encontrou com um comparsa, que o ofereceu suporte.
  • Dia 4 - Já no sábado (12), ele teria passado a tarde bebendo e se divertindo em uma chácara, próxima à Lagoa Samuel. Lá o suspeito fez o caseiro refém. O serial killer também o obrigou a fumar maconha. Antes de fugir novamente, Lázaro destruiu o carro da vítima. Após deixar essa casa, ele foi para outra chácara, onde baleou três homens e roubou duas armas de fogo.
  • Dia 5 - Na tarde do domingo (13), o foragido furtou um outro carro, também em Cocalzinho (GO), e abandonou o veículo, um Corsa vermelho, após avistar um ponto de bloqueio montado pela polícia.
  • Dia 6 - Na segunda-feira (14), Lázaro foi visto no curral de uma fazenda entre os distritos de Edelândia e Girassol. A polícia acredita que ele passou a noite no local. Segundo o caseiro da fazenda, o homem pediu comida e em seguida fugiu para a mata.
  • Dia 7 - Na terça-feira (15), após ser cercado por policiais, ele atirou contra um deles e o deixou ferido no rosto. No momento do tiroteio, ele fazia três pessoas reféns, um casal e a filha de 16 anos. Apesar da presença da polícia, Lázaro conseguiu fugir. As investigações policiais continuam e podem apontar para outros delitos.
  • Dia 8 - Nessa quarta (16), durante a madrugada, Lázaro invadiu uma fazenda, preparou comida e fugiu novamente. A propriedade rural fica localizada a cerca de 8 km de distância da cidade de Edilândia, em Goiás, onde ele foi visto na terça-feira (15).
  • Dia 9 - Nesta quinta-feira (17), na madrugada a polícia segue à procura dele, no povoado de Girassol, em Goiás. Até o momento, Lázaro conseguiu escapar de uma força-tarefa formada por mais de 200 policiais. As equipes policiais fizeram buscas durante toda a madrugada. A Polícia Militar de Goiás chegou à zona rural de Cocalzinho de Goiás, que fica a 120 quilômetros de Brasilia, para reforçar as buscas. Drones da Receita Federal e até um helicóptero foi utilizado para tentar identificar o "assassino em série".

 

Quem é Lázaro Barbosa?

Lázaro Barbosa de Sousa é procurado pelas polícias do DF e de Goiás
Lázaro Barbosa de Sousa é procurado pelas polícias do DF e de Goiás
Reprodução

Lázaro Barbosa de Souza tem 32 anos e nasceu em Barra do Mendes, na Bahia. Seus primeiros assassinatos ocorreram quando ele ainda tinha 19 anos de idade, segundo o jornal Correio. Sua ficha criminal inclui ainda estupro, roubo, latrocínio e porte ilegal de arma de fogo.

Em 2007, Lázaro matou dois homens que tentavam proteger uma garota que ele perseguia por estar supostamente "apaixonado" por ela.

Após o crime, ele fugiu se escondendo pelas matas e grutas da região durante 15 dias. A caçada só chegou ao fim após o criminoso se entregar para a polícia.

De acordo com as autoridades, o "serial killer" tem total consciência de suas atitudes, o que o enquadra no perfil de assassino em série.

“Percebe-se que todos os crimes cometidos estão diretamente relacionados à dependência química, fato do qual o periciando não tem autocontrole, haja vista uso abusivo de bebida alcoólica antes de sua reclusão e vício no crack após a prisão”.

Leia mais sobre quem é Lázaro clicando aqui.

Por que Lázaro começou a ser procurado?

Lázaro é o principal suspeito de matar quatro pessoas de uma mesma família na semana passada em Ceilândia, no Distrito Federal.

Ele teria invadido uma chácara e matado o empresário Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos dele: Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, e Gustavo Marques Vidal, 21.

A esposa de Cláudio e mãe dos meninos, Cleonice Marques, 43 anos, foi sequestrada e o corpo dela foi encontrado dias depois, na tarde do último sábado (12). O corpo dela estava próximo a um córrego, apresentava diversos cortes e estava nu.

No mesmo dia, o criminoso baleou três homens durante sua fuga.

Leia mais sobre este caso aqui

Linha do tempo

Desde o último dia 9, Lázaro já cometeu vários crimes.

Veja aqui a linha do tempo de tudo o que ele já fez durante a fuga.