POLÍCIA

Suzane Von Richthofen: confira a linha do tempo do caso

Conheça a história do crime que chocou o Brasil.

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 28/09/2021 às 20:32 | Atualizado em 07/01/2022 às 16:29
Confira a história e linha do tempo do caso Von Richthofen - Reprodução/Arquivo
FOTO: Confira a história e linha do tempo do caso Von Richthofen - Reprodução/Arquivo

O Caso Richthofen refere-se ao homicídio, a consequente investigação e o julgamento das mortes de Manfred Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen, casal assassinado pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, a mando da filha, Suzane von Richthofen.

Suzane e Daniel se conheceram em agosto de 1999 e começaram um relacionamento pouco tempo depois. Ambos tornaram-se muito próximos, mas o namoro não tinha o apoio das famílias, principalmente dos Richthofen, que proibiram o relacionamento.

Suzane, Daniel e Cristian, então criaram um plano para simular um latrocínio e assassinar o casal Richthofen, assim os três poderiam dividir a herança de Suzane.

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Em 31 de outubro de 2002, Suzane abriu as portas da mansão da família no Brooklin, em São Paulo, para que os irmãos Cravinhos pudessem acessar a residência. Depois disso eles foram para o segundo andar do imóvel e mataram Manfred e Marísia com marretadas na cabeça.

A população ficou tão interessada pelo caso que a rede TV Justiça cogitou transmitir o julgamento ao vivo. Várias emissoras de TV, rádios e fotógrafos chegaram até a ser autorizados a captar e divulgar sons e imagens dos momentos iniciais e finais, mas o parecer definitivo negou a autorização.

O julgamento durou um dia inteiro, cinco mil pessoas inscreveram-se para ocupar um dos oitenta lugares disponíveis na plateia, o que congestionou a página do Tribunal de Justiça na internet. Suzane e Daniel Cravinhos foram condenados a 39 anos e 6 meses de prisão; Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos e 6 meses de reclusão.

Confira a linha do tempo do caso

1) Nascida em 1983 em uma família da classe média alta paulistana, filha de uma psicóloga (Marísia) com um engenheiro (Manfred), Suzane viveu uma infância normal e recebeu ótima educação em casa e nas escolas que frequentou. Na época do crime, cursava direito na PUC-SP.

2) Em 1999, o interesse por aeromodelismo de seu irmão, Andreas, aproximou Suzane de Daniel Cravinhos, que também tinha esse hobby. No início, Manfred e Marísia não se incomodaram, imaginando que o relacionamento seria passageiro.

3) O comportamento obsessivo de Daniel, além dos empréstimos e presentes que ele recebia de Suzane, passou a preocupar os pais da garota. A má influencia do namorado ficou evidente quando ela começou a se drogar com maconha, ecstasy, éter e cola. Manfred e Marísia proibiram o namoro em maio de 2002.

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4) Na madrugada de 31 de outubro, Suzane guiou Daniel e o cunhado, Cristian, ao quarto dos pais, acendeu a luz e desceu para a biblioteca. Os irmãos Cravinhos atacaram o casal com barras de ferro – Marísia resistiu e foi sufocada com uma toalha. O revólver de Manfred foi colocado ao lado de seu corpo.

5) Suzane ficou na biblioteca durante a execução. Ela ajudou a recolher as barras ensanguentadas e mostrou sangue frio ao espalhar documentos pelo quarto (para simular um assalto). Com a ajuda dos Cravinhos, arrombou uma mala do pai, para levar R$ 8 mil e US$ 5 mil que estavam nela.

6) Após deixar Cristian perto da casa dele, os namorados seguiram para um motel, na tentativa de forjar um álibi para a noite do crime. Mais tarde, com o irmão Andreas, Suzane finge surpresa ao saber do suposto assalto e telefona pedindo ajuda a Daniel.

7) Depois de simular sofrimento no enterro dos pais, Suzane confessou o crime e foi presa com os Cravinhos. O vaivém na prisão começou em junho de 2005, quando foi libertada pelo Superior Tribunal de Justiça. A garota deu entrevista à TV, passou férias no litoral paulista e voltou ser presa em abril de 2006.

QUE FIM LEVOU?

Suzane e os Cravinhos foram condenados, em julho de 2006, a cerca de 39 anos de prisão, cada um. Por se tratar de um crime hediondo, as apelações após a condenação foram negadas.