COVID-19

Pandemia da Covid-19 potencializou os distúrbios do sono

Os distúrbios refletem na saúde do paciente, atrapalhando o desempenho físico, mental e social.

Caroline Cardilane
Caroline Cardilane
Publicado em 03/10/2021 às 8:54 | Atualizado em 17/07/2022 às 22:05
Instituto do Sono/Divulgação
FOTO: Instituto do Sono/Divulgação

Ter uma boa noite de sono é um ritual indispensável, no entanto, nem todos conseguem manter a rotina de descanso regulada.

As doenças do sono são cada vez mais frequentes, refletindo na produtividade e na saúde de quem convive com as mesmas.

Isso porque, segundo especialistas, o sono é um estágio de reparação no qual o organismo restaura as suas funções, ou seja, recupera as células que foram danificadas, o sistema imune, melhora a musculatura, mantém o repouso muscular e organização dos pensamentos e ideias.

Quando esses sistemas não recebem o repouso necessário, o corpo tende a apresentar consequências em suas funções.

Aumenta o número de brasileiros com distúrbio de sono durante pandemia de covid-19

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a OMS, cerca de 40% dos brasileiros sofrem com os distúrbios do sono, e a pandemia do Coronavírus parece agravar o quadro.

No Brasil, alguns distúrbios são mais comuns entre a população, como a Insônia e a Apneia do Sono. A última citada está presente em cerca de um terço dos brasileiros, segundo estudos realizados pela Universidade de São Paulo (USP).

Apneia do sono

Responsável por causar pausas na respiração durante a noite, engasgos frequentes durante o sono, sonolência diurna, fadiga, falta de energia e cansaço matinal, a apneia atinge principalmente os idosos, devido à diminuição dos hormônios e da rigidez do tônus musculatura da via respiratória.

Insônia

Outro distúrbio comum é a insônia, que tem como característica a dificuldade do paciente em iniciar ou manter o sono.

O cardiologista e especialista em distúrbios do sono, Dr. Rodrigo Pedrosa, explica que cerca de dez por cento da população mundial sofre com a doença que atinge outros estágios além do físico: o social. Alguns fatores de risco como desemprego e distúrbios psiquiátricos como ansiedade e depressão estão ligados à doença.

Sonambulismo

Os mais jovens também apresentam tendências ao desenvolvimento de distúrbios do sono, e entre eles, o mais comum é o sonambulismo, que se associa com a ansiedade e com a privação de sono.

Especialistas explicam que ao apresentar sinais de cansaço ou estresse, os pensamentos podem ser traduzidos nas crises de sonambulismo.

Medicamentos para esse tipo de doença podem apresentar efeitos colaterais fortes, por isso, profissionais orientam que os ambientes nos quais o paciente costuma circular durante os episódios, sejam protegidos com telas ou grades, por exemplo.

Melhorar a qualidade do sono

Assim como na maioria das doenças, o estilo de vida do paciente reflete na qualidade do sono. O Dr. Rodrigo Pedrosa explica como atividades físicas e organização da rotina noturna influenciam no processo. “Exercícios físicos são fundamentais para melhorar a qualidade do sono, o torna mais e profundo e restaurador", lembra.

"Evitar cochilos à tarde, principalmente indivíduos que já sofrem de insônia, já que prejudicam o sono da noite, também é importante. Ter horários definidos para dormir e pra acordar é crucial, porque quando se tem diferentes horários de descanso, o cérebro não consegue criar um hábito, e tudo que é hábito é mais fácil de acontecer”, comenta.

Consumo de bebidas alcóolicas e uso de cigarros

O especialista também alerta para o consumo de bebidas e cigarro. "Cigarro e bebida pioram sim a qualidade do sono. O cigarro porque aumenta a sua excitação, ansiedade, e a obstrução das vias aéreas. Isso porque o indivíduo que fuma costuma ter mais rinite, sinusite, ele tem mais edema, inchaço das vias aéreas, então ele ronca mais.”

Já a bebida tende a superficializar o sono. Algumas pessoas falam que tomar uma taça de vinho ajuda a dormir melhor, no entanto, pode ser um sono não tão tranquilo, já que as chances de ter obstrução da via áreas após o consumo de álcool é maior. Então a dica é: se vai beber, beba mais cedo e em quantidades pequenas, para evitar que o sono não seja perturbado pelo álcool”.