Um motorista particular, que conquistou o tão sonhado emprego de carteira assinada, afirma que o novo patrão teria praticado injúria racial durante sete dias de trabalho, mesmo depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o crime de injúria racial se equipara ao racismo e, por isso, é imprescritível, ou seja, pode ser punível a qualquer tempo.
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Me chamou de macaco e negro safado. Disse que não tinha perspectiva de vida. Eu não consigo entender como um homem desse se diz um ser humano. Sou apenas um trabalhador, que preciso dar o que comer para a minha família.afirmou o motorista Rafael José da Silva à TV Jornal nesta sexta-feira (29)
Confira abaixo a cobertura do caso no programa O Povo na TV.
Injúria racial
O que era para ser a esperança de dias melhores se transformou em dor e tristeza. Mesmo sendo humilhado, Rafael decidiu continuar porque precisa do emprego. No entanto, as agressões racistas continuam e cada vez mais fortes.
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''Você é um favelado e nem paga energia na sua casa. 'Você não sabe o quanto eu pago aqui' e me chamou de macaco safado. Não acreditei no que ele disse, mas até então fiquei calado. Cheguei em casa e contei para minha esposa. Ela me pegou e disse que a gente precisa muito desse trabalho'', afirmou Rafael, que é pai de dois filhos.
Investigações
O motorista registrou um Boletim de Ocorrência na Central de Plantões, e a delegacia do bairro do Espinheiro, que fica na Zona Norte do Recife, já está investigando o caso de racismo. ''Eu quero provar que ele está errado e a Justiça vai fazer o certo. Eu não como uma pessoa dessa fala que é ser humano'', concluiu.
* Com informações de Michael Carvalho
Citação
Me chamou de macaco e negro safado. Disse que não tinha perspectiva de vida. Eu não consigo entender como um homem desse se diz um ser humano. Sou apenas um trabalhador, que preciso dar o que comer para a minha família.
afirmou o motorista Rafael José da Silva à TV Jornal nesta sexta-feira (29)