Tragédia

Mulher de 24 anos vai a hospital dar à luz e tem mão e punho amputados no Rio de Janeiro

Gleice Kelly teve a mão e o punho esquerdos amputados após ir ao hospital para dar à luz ao seu terceiro filho

Catêrine Costa
Catêrine Costa
Publicado em 16/01/2023 às 15:48 | Atualizado em 16/01/2023 às 15:48
Notícia
Arquivo pessoal
Mulher tem mão amputada após dar à luz em hospital do Rio de Janeiro - FOTO: Arquivo pessoal

O que era para ser um dia de alegria virou um dos mais piores pesadelos na vida de uma jovem de 24 anos do Rio de Janeiro.

Gleice Kelly teve a mão e o punho esquerdos amputados após ir ao hospital para dar à luz ao seu terceiro filho no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, na Zona Oeste da capital carioca.

O fato ocorreu em 9 de outubro de do ano passado.

Ela estava grávida de 39 semanas quando deu entrada na unidade de saúde.

A criança nasceu no mesmo dia em um parto normal e totalmente saudável. Porém, durante o procedimento, Gleyce teve uma hemorragia interna e para tentar resolver a complicação, a equipe médica fez um acesso venoso na mão da vítima para medica-la.

"A Gleice Kelly entrou na mesa de parto para ter o terceiro filho, de parto normal e foi um sucesso, a criança nasceu saudável, mas ela teve um sangramento, uma hemorragia que não conseguiam cessar. Então fizeram um acesso venoso e começaram a colocar bastante medicação ali para tentar conter a hemorragia. Só que, o que a gente entende é que esse acesso saiu da veia dela e começou a inchar a mão, trazer dores e inchaço, ficou vermelho", contou a advogada Monalisa Gagno ao jornal O Dia.

"Eles colocaram um balão de Bakri, que é dentro do colo do útero da mulher, para tentar conter a a hemorragia. Eles se preocuparam com a hemorragia e não se preocuparam com o acesso venoso, que acabou saindo da veia e necrosando a mão dela, o que fez ela perder o membro e quatro dedos acima do do punho", continuou.

Arquivo pessoal
Gleice Kelly teve a mão e o punho esquerdos amputados após ir ao hospital para dar à luz ao seu terceiro filho - Arquivo pessoal

Gleyce chegou a ser transferida para um outro hospital na mesma rede. Lá ela ficou internada no Centro de Terapia Intensivo (CTI) e teve a mãe amputada. Ainda conforme a advogada, desde o fato a mulher não teve nenhum apoio do hospital.

"Até hoje a gente não tem nenhum contato do hospital, nenhuma resposta com o que de fato aconteceu. Não houve nenhuma apuração, ninguém explicou pra família, nem no momento, nem antes da cirurgia. Em nenhum momento houve alguma alguma explicação por parte deles e dos médicos que atenderam ela sobre o que aconteceu tanto com a hemorragia, quanto a perda do do membro", contou.

MEMBRO SUMIDO

Segundo Monalisa, o membro amputado sumiu e até o momento não se tem informações.

O hospital afirmou que a mãe iria para um local de estudos, mas ninguém sabe especificar onde seria.

Além disso, Gleyce precisou voltar ao hospital e passar por uma nova cirurgia em dezembro, por um erro médico.

"E agora, em meados de dezembro, ela começou a ter sangramentos e voltou na clínica, quando chegou na unidade, o médico internou ela novamente porque tinham esquecido uma parte da placenta dentro dela. Ela ainda teve que passar por um novo procedimento por conta da disso", contou Monalisa.

ASSISTÊNCIA MÉDICA

"A assistência que ela teve foi quando o braço ficou aberto, porque na amputação, na parte que ficou do braço dela, teve um corte até o cotovelo, mais ou menos, e ficou exposta, aberta. Então como ela foi para casa e precisava fazer curativos, tinha um home care aqui em casa pra fazer o curativo do braço dela. Mas fora isso, não deram nenhum suporte", relata Monalisa.

O QUE DIZ O HOSPITAL

Em uma nota enviada ao O Dia, o hospital Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá declarou que "está totalmente solidário com a vítima, e lamenta profundamente o ocorrido. Reitera o empenho em apurar com toda seriedade, transparência e atenção os procedimentos médicos e hospitalares adotados durante seu atendimento. Para tanto, solicitou ao Comitê de Ética Médico a coordenação desses trabalhos. Independente de tal apuração, o hospital vem mantendo contato com a paciente e seus representantes para prestar todo acolhimento possível e atender suas necessidades, assim como se mantem à disposição para que todos os esclarecimentos necessários sejam realizados", diz a nota.

O QUE DIZ A POLÍCIA

Na Polícia Civil o caso foi registrado como lesão corporal culposa.

Testemunhas estão sendo ouvidas e os documentos médicos foram requisitados para ajudar a esclarecer o caso.

*Com informações de O Dia 

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