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PEP: Entenda tratamento indicado a vítimas de estupro; Mulher que acusa Daniel Alves faz tratamento para evitar infecção sexualmente transmissível

No Brasil, PEP e PrEP estão disponíveis no SUS; Advogada diz que Daniel Alves não usou camisinha em estupro na Espanha

Gabriel dos Santos
Gabriel dos Santos
Publicado em 26/01/2023 às 10:36 | Atualizado em 26/01/2023 às 10:40
AFP
Daniel Alves teve a prisão decretada no dia 20 de janeiro - FOTO: AFP

A mulher de 23 anos que denunciou Daniel Alves por agressão sexual na Espanha está sendo submetida a um tratamento para evitar contrair doenças sexualmentes contagiosas. O crime foi cometido sem proteção de camisinha, de acordo com a advogada da vítima.

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Uma das primeiras medidas a serem adotadas pelas equipes de saúde quando há casos de suspeita ou confirmação de abuso sexual é submeter a vítima à PEP (profilaxia pós-exposição).

Na prática, a PEP é um tratamento que consiste no uso de vários medicamentos que reduzem o risco de que um vírus chegue ao sistema imunológico da pessoa abusada (ou que afirme ter sido abusada).

O objetivo é reduzir as chances de infecção por HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis.

PEP: quando tomar e como funciona?

Os medicamentos da PEP são antirretrovirais e devem ser administrados o mais rápido possível após a provável exposição ao vírus. 

De acordo com os médicos, o ideal é começar a utilização dos medicamentos em até duas horas após a relação sexual. A orientação é de que a PEP seja iniciada em, no máximo, 72 horas após o contato da vítima com o abusador. 

Todo o processo leva 28 dias e a vítima deve voltar em seguida para uma reavaliação médica.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a profilaxia pós-exposição. As vítimas recebem o atendimento em hospitais públicos.

"A PEP é um método eficaz de prevenção do HIV já comprovado e disponível no Brasil. Não podemos deixar de divulgá-la, pois certamente as situações com indicação precisa do seu uso devem ser na realidade muito mais frequentes do que os apenas alguns milhares que chegam aos serviços de saúde todos os meses no Brasil", disse Rico Vasconcelos, infectologista e especialista em HIV, em entrevista ao UOL.

 

Diferença de PEP e PrEP

A PEP é recomendada para:

  • Vítimas de violência sexual;
  • Pessoas que tiveram relações sexuais com pessoas que tenham HIV ou quando não se sabe se a pessoa tem o vírus e não usou camisinha ou a proteção tenha estourado;
  • Profissionais de saúde que acidentalmente entraram em contato com o vírus. 

PREP: Muita gente já ouvir falar também em PrEP, sigla para Profilaxia Pré-Exposição ao HIV. Nesse caso, a profilaxia é feita antes da pessoa ser exposta ao vírus e é recomendada para pessoas do grupo de risco como gays e outros homens que fazem sexo com homens, transexuais, profissionais do sexo e pessoas não infectadas que se relacionam sexualmente com HIV positivo. 

ATENDIMENTO A VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL

Além da PEP, vítimas de violência sexual devem também receber a pílula do dia seguinte e a vacina contra hepatite B.

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Daniel Alves foi preso na Espanha - FOTO:AFP