CASO MIGUEL

CASO MIGUEL: TST reconhece racismo estrutural no caso e condena Sari Corte Real e Sérgio Hacker a pagar indenização de R$ 386 mil

Casal empregava a mãe a vó do menino, que morreu ao cair de um prédio na área central do Recife, depois de ser deixado sozinho no elevador por Sari Corte Real

Vitória Floro
Vitória Floro
Publicado em 04/07/2023 às 9:40 | Atualizado em 04/07/2023 às 9:44
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Reprodução/Internet
Patrões da mãe de Miguel foram condenados a pagarem R$ 386.730,40 - FOTO: Reprodução/Internet

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a decisão de condenar o ex-prefeito de Tamandaré (PE), Sérgio Hacker, e sua esposa, Sari Corte Real, ao pagamento de R$ 386 mil como indenização por danos morais coletivos.

O casal era empregador da mãe e da avó do menino Miguel Otávio, de 5 anos, que faleceu após cair de um prédio no Recife. O trágico incidente ocorreu quando o menino foi deixado sozinho no elevador, sob os cuidados de Sari, em junho de 2020.

Sari, que era primeira-dama na época, foi condenada pela Justiça de Pernambuco a uma pena de oito anos e seis meses de reclusão por abandono de incapaz com resultado em morte.

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho concluiu que o casal, de forma discriminatória e racista, perpetuou um padrão social negativo em relação às trabalhadoras domésticas. A contratação das mesmas foi realizada de maneira fraudulenta e os pagamentos indevidos foram feitos com recursos públicos.

Além disso, a imposição de trabalho durante a quarentena da covid-19 e a negligência com as normas de segurança resultaram na morte trágica do menino, caracterizando violações humanitárias trabalhistas de extrema gravidade que afetaram profundamente o patrimônio imaterial de toda a sociedade brasileira.

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