O padre Airton Freire, da Fundação Terra, foi preso na manhã desta sexta-feira (14), em Arcoverde, no Sertão pernambucano, suspeito de envolvimento em estupro.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) confirmou a prisão, que ocorreu após investigações da Polícia Civil em resposta a uma denúncia. Em nota, a Polícia Civil informou que os detalhes das investigações serão apresentados "em momento oportuno".
ENTENDA O CASO
A personal stylist Sílvia Tavares de Souza, de 53 anos, apresentou uma denúncia contra o padre e seu motorista, Jailson Leonardo da Silva. Segundo Sílvia, o estupro que ela sofreu teria ocorrido durante um retiro espiritual em agosto de 2022.
Em uma entrevista à TV Jornal, Sílvia compartilhou que mantinha uma relação próxima com o padre e "acreditava piamente na honestidade dele", afirmou.
A mulher contou que foi violentada pelo motorista a mando do padre, que teria presenciado a cena. Segundo ela, teria sido convidada pelo padre para fazer uma massagem.
PADRE AIRTON FOI AFASTADO
Desde o final de maio, o padre Airton foi suspenso das atividades religiosas, conforme determinado por um decreto interno emitido pela Diocese de Pesqueira. Veja abaixo:
Decreto da Diocese de Pesqueira - REPRODUÇÃO
NOTA DA DEFESA DE PADRE AIRTON
"Surpreendeu a defesa do padre Airton Freire a decisão de decretar a prisão preventiva do sacerdote. O feito é totalmente contrário às condições previstas em lei e será tratado em habeas corpus a ser impetrado pela defesa. Importante lembrar que o padre, um homem de 67 anos, sofre sérias restrições de saúde.
A decisão ignora que o padre havia se afastado das funções eclesiásticas e da presidência da Fundação Terra, onde desenvolve um trabalho social que atendeu milhares de pessoas nos últimos 40 anos. Depois do afastamento, ficou isolado em sua residência — que é fixa, onde ele pode ser encontrado a qualquer momento —, de forma a não interferir nas investigações.
Apesar de todo o apoio que tem recebido de milhares de pessoas na internet e em manifestações públicas nas ruas de Arcoverde (PE), o padre jamais estimulou ou insuflou movimentos, de modo a não causar comoção social ou desordem pública. E mais: agiu de boa fé ao concordar em se apresentar espontaneamente à Justiça após a decretação da prisão, sem criar mecanismos de retardamento do cumprimento da ordem legal."
OUTRAS INVESTIGAÇÕES EM ANDAMENTO
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) revelou que atualmente existem cinco inquéritos em curso, porém não divulgou o número de possíveis vítimas envolvidas.
Segue a nota:
"A Promotoria de Justiça da Comarca de Buíque acrescenta que, no momento, há cinco inquéritos policiais instaurados, em razão da identificação de outras vítimas. Considerando a importância de uma análise célere e substancial de todos os fatos, a Procuradoria-Geral de Justiça designou mais três membros do Ministério Público para atuarem no caso".
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) continua acompanhando de perto as investigações conduzidas pela Polícia Civil.
Confira nota do MPPE completa:
"O Ministério Público do Estado de Pernambuco tem feito exame criterioso dos elementos de prova até então colhidos e pauta-se pelas normas internas e internacionais inseridas no sistema jurídico pátrio, preocupado principalmente com os direitos humanos e com as medidas necessárias para resguardar e evitar revitimizações das vítimas que buscaram o aparato estatal para relatarem violências sexuais que estão sob investigação.
A adoção de medidas cautelares em procedimentos dessa natureza, especialmente com a elucidação de mais de um caso, na visão do Ministério Público, acolhida pelo Poder Judiciário, mostra-se necessária para garantir a continuidade do trabalho investigativo da Polícia, que está sendo acompanhado pelo MPPE; afastar os riscos de reiteração delitiva; bem como assegurar proteção às vítimas que procuraram o Estado para relatarem fatos criminosos contra suas dignidades sexuais.
A Promotoria de Justiça da Comarca de Buíque acrescenta que, no momento, há cinco inquéritos policiais instaurados, em razão da identificação de outras vítimas. Considerando a importância de uma análise célere e substancial de todos os fatos, a Procuradoria-Geral de Justiça designou mais três membros do Ministério Público para atuarem no caso.
No mais, o Ministério Público mantém o acompanhamento das investigações a cargo da Polícia Civil. Por se tratar de inquéritos sigilosos, não serão divulgadas, no momento, mais informações sobre o caso."
*Com informações do JC
A Secretaria de Defesa Social (SDS) confirmou a prisão, que ocorreu após investigações da Polícia Civil em resposta a uma denúncia de estupro.