Impulsionada pelo aumento nos preços da gasolina, prévia da inflação acelera e alcança 5% em um ano

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), uma prévia da inflação oficial, apresentou um aumento de 0,35% em setembro, conforme divulgado pelo IBGE hoje.

O índice demonstrou uma aceleração em comparação com o mês anterior, quando registrou 0,28% em agosto. No entanto, o resultado ficou ligeiramente abaixo das expectativas, conforme uma pesquisa da Reuters que previa um avanço de 0,38%.

A principal influência nesse resultado veio do aumento nos preços da gasolina, que registrou um aumento de 5,18% no mês.

Outros combustíveis também tiveram variações significativas, com destaque para o óleo diesel, que subiu 17,93%, enquanto o gás veicular teve um aumento de 0,05%. Por outro lado, o etanol apresentou uma queda de -1,41%. Em agosto, a Petrobras havia anunciado um reajuste nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras.

Nos últimos doze meses, o IPCA-15 acumulou uma alta de 5%, superando os 4,24% registrados nos doze meses anteriores.

Além disso, o índice está acima da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No acumulado do ano, o IPCA-15 apresenta uma elevação de 3,74%.

Dentre os nove grupos pesquisados, seis registraram aumento no mês. O grupo de transportes, que engloba a gasolina, apresentou a maior variação positiva, com um aumento de 2,02%. Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas teve a maior queda, com -0,77%. O IBGE destacou que os preços dos alimentos em casa têm diminuído nos últimos três meses.

Analistas acreditam que a inflação no Brasil já atingiu seu ponto mais baixo no ano e que a pressão inflacionária deve aumentar até o final de 2023. De acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central, a expectativa do mercado é que o IPCA encerre o ano em 4,86%, com uma projeção de 3,86% para 2024.

Na semana anterior, o BC reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, estabelecendo-a em 12,75%, e indicou que é improvável que haja cortes mais agressivos na taxa de juros no futuro próximo.

Veja variação em cada um dos grupos em setembro

• Transportes: 2,02%
  
• Vestuário: 0,41%
  
• Despesas pessoais: 0,35%
  
• Habitação: 0,30%
  
• Saúde e cuidados pessoais: 0,17%
  
• Educação: 0,05%
  
• Comunicação: -0,15%
  
• Artigos de residência: -0,47%
  
• Alimentação e bebidas: -0,77%
  

Combustíveis ficaram mais caros na metade de agosto

A Petrobras divulgou um aumento de 16,3% no preço da gasolina e um aumento de 25,8% no preço do diesel. Essa decisão de elevação dos preços ocorre em resposta à crescente cotação internacional do petróleo e tem como objetivo reduzir a diferença entre os preços praticados pela empresa e os preços internacionais.

A estatal afirmou que essa medida se tornou necessária, já que atingiu o "limite da sua otimização operacional", conforme comunicado oficial.

É importante destacar que os postos de combustíveis têm a autonomia para repassar esses ajustes de preços aos consumidores. De acordo com uma pesquisa conduzida pela empresa de logística Ticket Log, o aumento médio ficou em torno de 2%.

Dentre os combustíveis, a gasolina tem um peso significativo no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O grupo dos combustíveis apresentou um aumento de 17,93% no preço do diesel e uma leve elevação de 0,05% no preço do gás veicular, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por outro lado, o etanol registrou uma queda de -1,41%.

Alimentação no domicílio fica mais barata

Houve deflação nos preços da alimentação em casa. Alguns dos alimentos mais populares ficaram mais baratos, como a batata-inglesa (-10,51%), a cebola (-9,51%), o feijão-carioca (-8,13%), o leite longa vida (-3,45%), as carnes (-2,73%) e o frango em pedaços (-1,99%).