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Investigação da PF apura se Abin confeccionou dossiês sobre adversários de Bolsonaro com software de espionagem

Documentos teriam sido confeccionados na gestão de Alexandre Ramagem à frente da Abin

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Rodrigo Fernandes

Publicado em 03/11/2023 às 7:55
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A Polícia Federal apura se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu relatórios sobre adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro usando a estrutura da agência federal.

Segundo Juliana Dal Piva, do UOL, um dos dossiês tinha como alvo um nome que atualmente é ministro de Lula.

A PF apura se os supostos relatórios foram produzidos ilegalmente por servidores da Abin por meio do software de espionagem First Mile, combinados com outras ferramentas da agência.

Segundo a corporação, o programa foi usado sem aval da Justiça para espionar integrantes do Judiciário, jornalistas e adversários de Bolsonaro entre 2019 e 2021.

Segundo fontes de Dal Piva, dois dos relatórios tinham como alvos integrantes do PT e do PCdoB. Um dos documentos tem quatro páginas e outro, cinco páginas. As folhas não estão timbradas, já que os dossiês foram confeccionados sem justificativa.

Entre os dados contidos no relatório, estão CPF, data de nascimento, consulta de dívida ativa com a União, resumo de processos na Justiça Eleitoral, TCU e STF, além de uma análise sobre doações de campanha.

A estratégia utilizada seria confeccionar o documento com ferramentas internas, para, posteriormente, oficializá-lo e repassar ao Palácio do Planalto.

Ainda de acordo com a reportagem, os dossiês teriam sido confeccionados na gestão de Alexandre Ramagem à frente da Abin. Em nota, ele afirmou que promoveu apuração interna para "sanar irregularidades", mas não falou sobre a suposta produção ilegal de relatórios.

"Essas ferramentas eram de uso e gestão exclusiva do departamento de operações. Nossas correições é que demonstraram e impuseram, inclusive com corregedoria, aprimoramento de controle para não haver irregularidades. Fizemos controle de conformidade com servidores da CGU [Controladoria-Geral da União], exoneramos o chefe do departamento e encaminhamos a análise do contrato e procedimentos à corregedoria", afirmou o ex-diretor da Abin.

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