Pílula do dia seguinte

Como a pílula do dia seguinte funciona no corpo? Existe contraindicação? Veja o que dizem os médicos

Pílula do dia seguinte só deve ser tomada em casos emergenciais e após orientação médica

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Cadastrado por

Gabriel dos Santos

Publicado em 22/11/2023 às 10:15 | Atualizado em 22/11/2023 às 10:16
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O uso da pílula do dia seguinte é rodeado por muitas dúvidas. Uma das mais frequentes é sobre como os comprimidos agem para evitar a gravidez.

De acordo com os médicos, a grande função da pílula do dia seguinte é impedir o encontro do espermatozoide com o óvulo.

“De maneira geral, a pílula atua na brecha de tempo de espera dos espermatozoides no trato vaginal antes da ovulação. Esse período costuma variar de um a cinco dias”, responde Renata Sivini, coordenadora do setor de Ginecologia do Hospital Agamenon Magalhães (HAM).

A médica explica que, se no momento do consumo da pílula, a mulher estiver no período anterior à ovulação, a ação da pílula será de impedir ou retardar essa ovulação por alguns dias.

E quando a mulher já ovulou?

Por outro lado, o ginecologista e obstetra Paulo Henrique Aureliano explica que, caso a mulher tome a anticoncepção de emergência após o período de ovulação, “as pílulas podem impedir que os espermatozoides cheguem ao óvulo, porque tornam o muco do colo do útero, das trompas uterinas e do útero mais espesso, tornando o caminho até os óvulos mais dificultoso”.

Pílula do dia seguinte não é método abortivo

O método não é abortivo. “Uma vez que a fecundação ocorre, tais alterações hormonais não são capazes de impedir a implantação do ovo fecundado no útero”, comenta Aureliano.

Inclusive, a única contra indicação do método é justamente para mulheres grávidas.

Quando é hora de tomar a pílula do dia seguinte?

Para o ginecologista e obstetra Paulo Henrique Aureliano, a pílula do dia seguinte deve ser usado em situações emergenciais, como nos seguintes casos: rompimento de preservativo; pausa prolongada no anticoncepcional oral; em caso de esquecer de aplicar o anticoncepcional injetável na data correta;
expulsão do diafragma ou do DIU e em casos de violência sexual.

“A pílula do dia seguinte deve ser encarada como última opção, tendo em vista que a prevenção através de contraceptivos antes e/ou durante a relação sexual são muito mais eficazes”, alerta Aureliano.

Efeitos colaterais

Os médicos ouvidos pela reportagem reforçam que o consumo da pílula do dia seguinte não deve ser corriqueiro, mas apenas em casos emergenciais.

“A contracepção de emergência é um medicamento com doses hormonais e, portanto, pode ter alguns efeitos colaterais de acordo com a reação de cada organismo após a ingestão”, diz Renata Sivini.

De acordo com a médica, entre os efeitos colaterais mais comuns estão vômitos, diarreia, náuseas, cansaço e dor de cabeça. “A pílula também pode causar alterações no ciclo menstrual, levando a pequenos sangramentos, adiantamentos ou atrasos na menstruação”, alerta Renata.

Como saber se o método funcionou?

“A única forma de se saber é esperando o próximo ciclo menstrual. Se houver menstruação (lembrando que é possível que o medicamento cause atrasos), então a pílula funcionou. Caso a menstruação não desça, recomenda-se que a mulher faça um teste de gravidez cerca de 5 a 7 dias após ter feito uso do medicamento”, responde Renata Sivini.

A reportagem foi feita após consulta com os médicos:

  • Paulo Henrique Aureliano (CRM-PE 24255), médico pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), especialista em Ginecologia e Obstetrícia pelo IMIP, Fellowship em Uroginecologia pelo IMIP, Fellowship em Uroginecologia pelo IMIP, Preceptor da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia no setor de Urgência/Emergência Obstétrica e Sala de Parto do Hospital da Mulher do Recife, e
  • Renata Sivini (CRM-PE 21287), ginecologista e obstetra, coordenadora do setor de Ginecologia do Hospital Agamenon Magalhães (HAM). Ela é sócia-fundadora do Grupo Florescer, com especialização em Endoscopia Ginecológica (histeroscopia e videolaparoscopia) e formação no método Gasguet.

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