Valeriana: serve para quê? Quais os benefícios? Como preparar chá? Fitoterapeuta tira dúvidas
Saiba quais os principais benefícios da valeriana

Planta medicinal da espécie Valeriana officinalis, a Valeriana é repleta de propriedades benéficas para o corpo e pode ser aliada em alguns quadros específicos, proporcionando relaxamento.
Sua riqueza de propriedades faz com que dúvidas sobre sua utilização ainda sejam recorrentes. Pensando nisso, a TV Jornal conversou com a fitoterapeuta Bruna Mazulo, que explicou os principais usos dessa planta medicinal.
Quais os efeitos da valeriana no corpo?
"Essa planta é rica em dois ácidos: o ácido valerênico e o isovalérico. Esses ácidos têm um efeito calmante, sedativo e relaxante", explica a profissional.
Isso acaba tornando a Valeriana muito utilizada no tratamento de pacientes com ansiedade, insônia, estresse e síndrome do pânico, de acordo com a profissional. "Ela atua no sistema nervoso central, liberando neurotransmissores que levam a um estado de relaxamento no corpo", finaliza.
Quais doenças ela ajuda a combater?
Por suas ação no sistema nervoso central, ela é "amplamente utilizada no tratamento de pacientes com ansiedade, insônia, estresse e síndrome do pânico. Na saúde da mulher, é empregada para alívio dos sintomas de TPM, especialmente para aquelas com oscilação emocional, tensão, estresse e nervosismo. Também é usada na menopausa para ajudar no controle de ondas de calor excessivas e insônia", explica Mazulo.
Além disso, ela reforça que a "Valeriana possui propriedades antiespasmódicas e anti-inflamatórias, contribuindo para o alívio de cólicas menstruais. Além disso, auxilia no controle de déficit de atenção ou hiperatividade, proporcionando mais foco".
Qual o tempo do efeito da valeriana no organismo?
O consumo da Valeriana varia e, por consequência, seu tempo de efeito também. "Quando utilizada em formato de chás ou comprimidos, pode ter uma atuação de aproximadamente oito a doze horas no corpo, dependendo da dosagem", orienta a fitoterapeuta.
Como consumir?
Quanto ao modo de consumo, a Valeriana pode ser tomada em formato de chá ou cápsula. Para o chá, geralmente, utilizam-se as raízes secas da planta, segundo a recomendação da profissional.
Chá de valeriana para dormir
A dosagem para dormir envolve preparar o chá com uma colher de sopa de raiz seca em 300ml de água fervente, deixando descansar por dez a quinze minutos com o recipiente tampado, coando e bebendo de trinta a quarenta e cinco minutos antes de dormir.
"O consumo não deve ultrapassar duas xícaras de chá por dia para evitar efeitos indesejados, como agitação e insônia", diz Mazulo.

Valeriana em cápsula
"Se o consumo for em cápsulas, a dosagem dependerá da queixa, mas geralmente uma cápsula de 450 a 500mg é utilizada uma vez ao dia, trinta minutos antes de deitar", orienta Bruna Mazulo.
Valeriana na menopausa e cólicas menstruais
A planta medicinal também tem uma atuação nos sintomas da menopausa e cólicas menstruais. "Em questões que exigem uso contínuo, a Valeriana pode ser administrada duas vezes ou três vezes ao dia, em cápsulas de menores concentrações, totalizando 300 a 400mg por dia. Em casos de estresse e ansiedade, também é comum utilizar essa dosagem".
Quem não deve utilizar?
As contraindicações também devem ser observadas. "A Valeriana não é indicada para grávidas, crianças menores de três anos e mulheres em fase de amamentação. Indivíduos em uso de ansiolíticos, analgésicos com morfina e relaxantes musculares não devem utilizá-la devido às possíveis interações medicamentosas", orienta Mazulo.
"Ao utilizar fitoterápicos, é crucial acompanhar de perto o paciente para avaliar se os efeitos desejados estão ocorrendo. Geralmente, é recomendado realizar reavaliações após uma semana, quinze dias e um mês de uso. No caso da Valeriana, o uso não deve exceder dois meses consecutivos. Após esse período, é necessário suspender, reavaliar e, se necessário, ajustar a dosagem ou considerar o uso de outras ervas para atender a objetivos específicos", explica a fitoterapeuta.
*Esta matéria foi feita após consulta à Bruna Mazulo, biomédica (UFPE), acupunturista (pós-graduação no Brasil e formação na China), fitoterapeuta (pós-graduação) e doula. Pós-graduada em Ginecologia Natural.
Referências:
- AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Formulário de fitoterápicos: farmacopéia brasileira 2ª edição. 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-fitoterapico/arquivos/2021-fffb2-final-c-capa2.pdf>. Acesso em 24 nov 2023
- CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS. 2019. Disponível em: <https://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf>. Acesso em 24 nov 2023
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