Depilação a laser

Depilação a laser: Quantas sessões são necessárias? Quais cuidados devo ter? Pode queimar? Grávida pode fazer depilação a laser? Dermatologista tira dúvidas

Depilação a laser é um método seguro, mas deve ser realizada por profissional qualificado para evitar queimaduras

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Cadastrado por

Gabriel dos Santos

Publicado em 14/12/2023 às 11:12 | Atualizado em 14/12/2023 às 11:19
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Pessoas que buscam a pele mais lisa têm na depilação a laser um método eficaz para reduzir - e, em alguns casos, acabar - o crescimento de pelos. Apesar de já ser bastante conhecida, a depilação a laser ainda gera muitas dúvidas: queima? O que preciso fazer antes de uma sessão? Dura para sempre? Grávida pode fazer?

Para tirar essas e outras dúvidas sobre a depilação a laser, conversamos com a dermatologista Cláudia Magalhães, especialista nesse tipo de procedimento no Recife.

Quando a depilação a laser é recomendada e quais os principais benefícios?

“A depilação a laser é recomendada para as pessoas que querem reduzir ou eliminar o crescimento de pelos indesejados em determinadas áreas do corpo. É recomendada, também, para quem sofre com foliculite (inflamação dos folículos pilosos), pois é eficaz para reduzir a irritação associada ao crescimento dos pelos”, diz a dra. Cláudia Magalhães.

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Dra. Cláudia Magalhães é dermatologista no Recife - Divulgação

“Esse método também é uma boa opção para quem tem a pele sensível e acaba sofrendo com os métodos de depilação mais tradicionais. Em casos de hirsutismo, condição em que as mulheres desenvolvem pelos em excesso, muitas vezes devido a desequilíbrios hormonais, a depilação a laser pode ajudar a reduzir o crescimento dos pelos”, acrescenta a especialista.

“Pode ser feita em todas as áreas com pelos grossos ou finos, e nunca em pelo branco, pois esse não é tratado por nenhum tipo de laser. E entre os benefícios, a longo prazo, pode ser mais econômica do que métodos tradicionais, pois reduz a necessidade de procedimentos frequentes”, observa a dermatologista.

Quantas sessões são necessárias?

“A depilação a laser é feita com espaço de 30 a 45 dias para todas as áreas. Geralmente, para regiões de pelos grossos e escuros, são necessárias em torno de quatro a cinco sessões. Para pelos finos, por exemplo, como no buço - um pelo fino é mais difícil de tirar porque tem menos melanina -, às vezes a gente chega a fazer 10 a 12 sessões dentro da necessidade do paciente, se forem realmente muito finos, tá? E, às vezes, ainda tem que fazer algumas sessões de manutenção. Na região corporal, raramente você tem que fazer sessões de manutenção depois de alguns anos. São necessárias de cinco a seis sessões, no máximo”, detalha Cláudia.

Quem não pode fazer a depilação a laser?

“Não existe uma contraindicação formal de depilação a laser, mas vale lembrar que grávidas só podem fazer depilação a laser a partir da 25ª semana da gestação”, explica a médica.

“Também não é indicada para crianças, porque ainda não tem o eixo hormonal formado (vai tirar o pelo e depois vai acabar voltando), e em pessoas que têm alterações hormonais - mulheres com síndrome metabólica, que é a antiga síndrome do ovário policístico, por exemplo -, também geralmente volta, porque existe uma disfunção hormonal”, alerta.

Atenção para o Sol

A dermatologista alerta que antes e depois da sessão de depilação a laser é necessário ter cuidado com o Sol.

“A pele que se tornou mais morena pelo Sol pode, sim, ser queimada se não houver um aparelho adequado”, alerta a especialista. “A pele, de preferência, não deve estar bronzeada. É aconselhável evitar a exposição solar direta na área tratada imediatamente após a sessão, esperar pelo menos 48 horas para se expor ao sol, usando filtro solar com fator de proteção solar (FPS) adequado para a área tratada”, explica.

Além do Sol, quais outros cuidados devem ser tomados?

“Para fazer uma depilação a laser, o paciente não pode estar, de forma alguma, depilando com cera a área que vai ser depilada a laser. Na verdade, o paciente tem que estar raspando a área com lâmina antes da depilação a laser”, afirma.

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Depilação a laser - PEXELS

A depilação a laser pode queimar a pele?

“A depilação a laser é um procedimento seguro quando realizado por profissionais qualificados e em conformidade com as diretrizes adequadas. No entanto, como qualquer procedimento estético, há um pequeno risco de efeitos colaterais, e a queimadura da pele é uma possibilidade. Das complicações mais comuns da depilação a laser estão as queimaduras em diferentes graus que, obviamente, podem deixar marcas brancas ou escuras. As brancas são aquelas mais profundas, com cicatrizes brancas, e as escuras são as mais superficiais. Isso depende do aparelho de laser que é usado, assim como da técnica e da capacidade do operador. Um dos maiores riscos é quando se faz com a Luz Intensa Pulsada. É o pior aparelho, onde se dá mais complicações... E, diga-se de passagem, o maior número dessas máquinas de depilação são utilizadas em clínicas que hoje a gente vê em todos os lugares, até em Shopping Center. Luzes intensas pulsadas não são lasers de verdade. Fica aí a dica para que as pessoas observem antes de fazer uma depilação a laser”, destaca a médica.

Mulher grávida pode fazer depilação a laser ou é melhor fazer com cera ou lâmina?

“Sim! Mulheres grávidas, a partir da 25ª semana de gestação, onde o feto já está formado, podem fazer depilação a laser em qualquer área do corpo. Antes disso, é melhor usar lâmina ou cera para não causar nenhum tipo de complicação no bebê. No entanto, a decisão sobre o método de depilação durante a gravidez pode depender de diversos fatores, incluindo preferências pessoais, histórico de sensibilidade da pele e a recomendação do profissional de saúde. A dica aqui é: se você tiver dúvidas sobre a segurança de um determinado método de depilação durante a gravidez, consulte seu obstetra para obter orientações personalizadas”, responde Cláudia Magalhães.

A reportagem foi feita após consulta à médica Cláudia Magalhães (CRM 11.769 | RQE 1951). Ela é formada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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