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Suspeito de agredir mulher em bar na Zona Norte do Recife quebra silêncio; veja pronunciamento

Segundo a vítima, o homem a agrediu na saída do banheiro feminino por acreditar que ela seria uma mulher transexual

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Fernanda Cysneiros

Publicado em 28/12/2023 às 7:30 | Atualizado em 28/12/2023 às 9:02
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No último sábado, dia 23 de dezembro, uma servidora pública federal, de 34 anos, foi agredida por Antônio Fellipe, após ser supostamente confundida com uma mulher transexual.

Na quarta-feira (27), a defesa do suspeito se pronunciou pela primeira vez.

Em nota, os advogados esclarecem que o cliente está "à disposição da Polícia e irá cooperar espontaneamente com as investigações".

E adiciona: "Em momento algum, [o cliente] furtou-se ou fugiu, como estão veiculando alguns canais de comunicação. [...] Em relação ao ocorrido no último sábado, a defesa se resguardará a prestar esclarecimentos específicos, oportunamente após ter acesso aos autos da investigação".

Por fim, a nota informa que "todos os fatos serão esclarecidos perante a Autoridade Policial".

Madson Aquino Advocacia Criminal

Defesa do suspeito envia nota de pronunciamento à imprensa - Madson Aquino Advocacia Criminal

Relembre o caso

No último sábado, dia 23 de dezembro, uma servidora pública federal de 34 anos foi agredida em um restaurante no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife.

As imagens registradas por celular mostram que após a suposta agressão, houve um princípio de discussão entre o suspeito e outros clientes.

O homem fala, gesticula, mas logo em seguida deixa o restaurante e vai embora antes da Polícia chegar.

O suspeito, que teria aplicado um soco no rosto da mulher, foi contido por clientes e funcionários. A vítima alegou que a pancada foi tão forte que chegou a quebrar seus óculos.

Ainda de acordo com a servidora, ela teria sido confundida com uma mulher transexual por um cliente que a abordou, perguntando se ela era "homem ou mulher".

Após isso, o homem teria dito que ela estava no banheiro errado e, em seguida, teria proferido um soco em seu rosto.

REPRODUÇÃO/ ARQUIVO PESSOAL

óculos quebrado de mulher agredida em restaurante no Recife - REPRODUÇÃO/ ARQUIVO PESSOAL

"Ele me deu um murro na cara, que quebrou o meu óculos e feriu meu rosto. Eu não caí no momento, mas saí correndo gritando que estava sendo agredida”, afirmou a servidora, que preferiu não se identificar.

Estabelecimento se pronuncia

De acordo com a vítima, membros da equipe do estabelecimento proferiram palavras transfóbicas. Além disso, ela afirma que não houve ajuda ou socorro por parte do estabelecimento.

Através das redes sociais, a nota do estabelecimento informa que a retirada do suspeito foi feita para "resguardar a integridade física e psicológica da vítima e demais clientes".

A investigação

O caso foi inicialmente registrado na Delegacia como Lesão Corporal Leve, mas a tipificação pode ser alterada ao final da investigação.

O delegado responsável não teve autorização para gravar entrevista, mas teria informado que o inquérito que pode evoluir para um crime de racismo com base na transfobia - quadro caracterizado por sentimentos ou ações negativas, discriminatórias ou preconceituosas contra pessoas transgênero.

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