Estimativas do Ministério da Saúde apontam que o Brasil pode ter até 4,2 milhões de casos de dengue em 2024, quase triplicando os registros de 2023. Especialistas, como o infectologista Kleber Luz, preveem recordes históricos de casos e mortes.
Até 22 de fevereiro, o país já contava com mais de 740 mil casos prováveis de dengue, um aumento de quase 350% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram registradas 151 mortes confirmadas por dengue, com 501 sob investigação.
"Isso vai acontecer, é pouco provável que o governo consiga conter [a alta nos casos]. Mas é preciso mitigar o problema. Capacitar médicos, enfermeiros, equipes de saúde para tratar a dengue de forma adequada, disponibilizar insumos, como soro, para que as pessoas sejam tratadas. O que devemos fazer é evitar as mortes", alertou o consultor da OMS.
Nos últimos dois anos, além do aumento dos casos, o país registrou recorde de mortes. Foram mais de 1 mil óbitos em 2022 e 1.094 em 2023.
Cinco estados (AC, GO, MG, ES e RJ) e o DF já declararam emergência em saúde pública devido à dengue.
Pico da dengue
Em 2023, o ápice da doença foi em abril e, durante o ano de 2019 e 2022, dois anos que o Brasil registrou mais de um milhão de casos, o pico aconteceu em maio.
De acordo com o infectologista Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), não é possível saber quando deve ocorrer o ápice da doença.
"Depende muito das condições climática. Se tivermos temperaturas muito altas, muita chuva o pico pode ser entre abril e maio. Se ocorrer o contrário e a temperatura cair, pode ser em março e abril", afirmou Naime.