ENTREVISTA

Adolescente é espancado antes de Clássico das Multidões e pai se revolta: ''foi assistir o jogo e marginais fizeram isso''

A vítima foi agredida e a maioria dos chutes foram na cabeça

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 09/03/2020 às 14:50
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FOTO: Cortesia

O pai de um adolescente de 16 anos, que foi espancado antes do Clássico das Multidões entre o Sport e Santa Cruz, mostrou indignação pelo o que aconteceu, durante entrevista à TV Jornal nesta segunda-feira (09), e relatou que tinha pedido ao filho para não ir ao jogo. Ainda de acordo com o pai, o adolescente já tinha comprado o ingresso da partida.

“Estou revoltado, triste, sem comer e sem nada na minha vida. Isso não pode acontecer. O menino foi se divertir, foi assistir o jogo e os marginais fizeram isso com o meu filho. É a terceira vez que ele vai para o campo. Ele foi com um amigo meu e um amigo dele. Antes de ele ir, eu disse não vá meu filho''.

A mãe do adolescente disse que o filho perdeu, ao todo, seis dentes. “Atacaram ele no viaduto e fizeram aquela desgraça com o meu filho. Meu filho veio com os dentes completos e voltou faltando seis dentes. Ele é estudante. Fizeram isso para matar o meu filho, mas não conseguiram. Eu quero justiça”, afirmou.

>>Jovem é espancado durante confusão entre torcidas após clássico

Espancamento

O adolescente de 16 anos, torcedor do Sport, foi espancando no último sábado (7), pelos torcedores do Santa Cruz. Ele teve a roupa arrancada e levou diversos chutes, sendo a maioria na cabeça. Em um outro vídeo, registrado por telespectadores, mostra o garoto sendo socorrido em uma cadeira de rodas.

Nota da Secretaria de Defesa Social (SDS)

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) informa que as polícias do Estado atuam de forma técnica e dentro da legalidade, buscando preservar a vida dos cidadãos, principal diretriz do Pacto pela Vida. Dessa forma, o Grupamento Tático Aéreo (GTA) atuou neste sábado (07/03) para dispersar uma briga entre torcedores do Santa Cruz e do Sport na Avenida Agamenon Magalhães e sobre a Ponte José de Barros Lima, que dá acesso ao bairro da Ilha Joana Bezerra. Por volta das 14h30, o GTA foi acionado pelo CIODS e utilizou artefatos não-letais de efeito moral (gás lacrimogêneo) para ajudar a conter torcedores que promoviam tumulto, contando também com a intervenção, em terra, de policiais militares do 12º Batalhão.

É importante reforçar que as forças de segurança pública de Pernambuco estavam preparadas para garantir a segurança no clássico, tendo lançado 497 policiais militares para realizar o policiamento na área interna, externa e principais vias de acesso ao estádio da Ilha do Retiro. O 12º BPM garantiu a presença de 385 policiais no acesso ao local da partida, inclusive com guarnições motorizadas nas áreas de estações de metrô e terminais integrados de passageiros, a fim de inibir a ação de vândalos. Dentro do estádio, atuaram 112 policiais do Batalhão de Choque. O Centro Integrado de Controle e Comando Regional (CICCR) monitorou toda a operação, com câmeras de videomonitoramento e contato direto com os policiais nas ruas e no campo.

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