JUSTIÇA TRABALHISTA

Homem que foi demitido por igreja diz que foi alvo de homofobia; Justiça manda reintegrar

Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias demitiu funcionário por, supostamente, ele ter violado o código de conduta da instituição

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 07/06/2022 às 7:51 | Atualizado em 07/06/2022 às 8:00
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Ludovic Bertron / Wikimedia Commons
Bandeira LGBTQIA+ - FOTO: Ludovic Bertron / Wikimedia Commons

Um homem, ex-funcionário da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, terá que ser reintegrado ao trabalho por decisão da Justiça do Trabalho de São Paulo.

Segundo informações do Correio Braziliense, o funcionário tinha sido demitido por justa causa por, ter infringido o código de conduta da instituição ao, supostamente, ter cometido infidelidade conjugal.

ALVO DE HOMOFOBIA

O empregado alega que foi alvo de homofobia. Segundo o ex-funcionário, ele já não vivia mais com a mulher desde 2016, quando começou um relacionamento com um homem.

JUSTIÇA MANDA REINTEGRAR

Na decisão da juíza Caroline Ferreira Ferrari, da última sexta-feira (3), ela manda a instituição reintegrar o funcionário provisoriamente devido a impossibilidade dele usar o plano de saúde.

Na decisão, em tutela de urgência, ela destaca que ele tem uma cirurgia marcada para 15 de junho, tem mais de 60 anos, já teve câncer e é portador de HIV. A Justiça ainda não avaliou a alegação de ter tido discriminação.

IGREJA NEGA AS ACUSAÇÕES

Em nota à Folha de S. Paulo, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias negou as acusações e relatou: "Um funcionário não é demitido devido à sua identidade ou preferência sexual", diz.

Segundo a instituição religiosa, os funcionários assinaram um termo em que aceitavam viver de acordo com as normas da igreja.

INDENIZAÇÃO

No processo, o homem pede para ser reintegrado ao trabalho ou o cancelamento da justa causa. Além disso, ele pede o pagamento de indenização por danos morais de R$ 750 mil.

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