O motorista de aplicativo identificado por Edson Araújo viralizou nas redes sociais após oferecer um serviço especializado no Rio de Janeiro: o transporte em segurança de fiéis de religiões de matriz africana.
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Na internet, Edson ganhou grande repercussão e recebeu um apelido: 'Macumber'. Segundo informações do G1, a ideia surgiu a partir da própria experiência quando recebia olhares atravessados ao ir para cerimônias.
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“Assim que eu comecei a trabalhar em aplicativo, eu já senti o desejo de fechar este tipo de serviço. Porque eu mesmo já sofri formas de discriminação quando eu ia para algum lugar trajado com a roupa do Candomblé. Então pensei em criar um tipo de serviço onde as pessoas de religiões de matriz africana pudessem se sentir confortáveis e sem medo”, relatou Edson.
No anúncio que fez sucesso nas redes sociais, Edson explica o serviço: 'Vai para saída de santo e não tem como voltar? Macumber é a solução'.
O motorista, de 36 anos, procurou o trabalho de motorista de aplicativo para ter uma renda há três meses após ficar 6 meses desempregado. Desde o começo, ele já pensou em oferecer o serviço voltado para pessoas da mesma religião que ele. Atualmente, 70% dos clientes são da Umbanda ou Candomblé.
CONSCIENTIZAÇÃO
O motorista faz questão de destacar que o ideal é a conscientização e o fim do preconceito contra os fiéis de religiões de origem africana, mas a ideia é oferecer tranquilidade.
"Como eu mesmo já sofri discriminação, o intuito é minimizar esse dano. A gente faz o possível", falou o motorista.
Com alguns clientes mais frequentes, que usam o serviço toda semana, ele já fechou pacotes de transporte para festas e rituais.
MACUMBER
O apelido que viralizou veio a partir do sucesso da propaganda do serviço em grupos de redes sociais.
“Eu tive a ideia do serviço e postei em grupos de Facebook. Aí, uma participante de um grupo gostou e compartilhou em um grupo privado. Ela entrou em contato comigo, disse que adorou e que ela e as amigas me apelidaram de ‘Macumber’. Eu adorei e perguntei se podia utilizar e ela deixou”, contou.
A participante, no caso, não chegou a fechar um serviço com Edson, por ser de outro estado, mas marcou com o nome que usa na propaganda do trabalho.
CUIDADOS ESPECIAIS
Edson também explica que o serviço exige cuidados. Caso o contratante tenha que colocar uma oferenda, ele espera o fim do ritual, para ter certeza de que o cliente volte em segurança.
“Se tem que deixar algo na rua, eu vou e espero. Se tem que ir a uma cachoeira, eu vou e trago de volta”, explicou Edson.
O motorista conta que tenta cobrar um valor próximo ao dos aplicativos, mas leva em consideração o deslocamento até o passageiro, que é maior.
“A diferença para o aplicativo é essa: o motorista está ao redor da casa da pessoa. Eu calculo o meu custo de combustível, exorbitante do jeito que está, e de acordo com a pequena porcentagem do lucro, que é baixa”, disse motorista.
O cuidado também está em levar objetos, sem o risco de danos.
“Tem coisas que tem que levar que são delicadas, como louças. Então é um trabalho delicado, eu procuro ir bem devagar, não passar pelos buracos. Eu procuro ter todo o cuidado, por mais que demore um pouco mais a corrida. Para que a pessoa e o que ela leve sigam em segurança. Eu tenho recebido um retorno bem positivo”, finalizou.
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