LUTO

Morre homem atropelado por padre após furtar igreja; relembre o caso

Homem estava internado e apresentava várias sequelas

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 28/07/2022 às 7:11 | Atualizado em 28/07/2022 às 7:15
Notícia
Reprodução
Padre atropela homem que tinha acabado de roubar igreja católica - FOTO: Reprodução

Morreu nessa quarta-feira (27) o homem suspeito de ter furtado a casa paroquial e que foi atropelado pelo padre Gustavo Trindade dos Santos, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), no último dia 7 de maio.

O homem identificado por Ângelo Marcos dos Santos Nogueira estava internado na Sana Casa de Santa Cruz do Rio Pardo e apresentava sequelas como perda de massa muscular, dificuldade para comunicação e necessidade de uso de fraldas.

Ele chegou a ser hospitalizado em outras ocasiões, inclusive em Ourinhos (SP), mas teve alta médica para tratamento domiciliar. Nas últimas semanas, contudo, foi necessária uma nova internação.

DIOCESE LAMENTA MORTE DO HOMEM

Por meio de nota, a diocese de Ourinhos lamentou a morte e se solidariza com a família e amigos de Ângelo.

DENÚNCIA

No último dia 17 de junho, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o padre por tentativa de homicídio, qualificado pela 'utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima'.

A qualificadora se configura, segundo o promotor Reginaldo Garcia, porque a vítima foi atingida sem que "pudesse supor ou esperar semelhante atitude", ou seja, de surpresa.

Com a morte de Ângelo, segundo o delegado Valdir de Oliveira, que investigou o caso, novas perícias devem ser realizadas para esclarecer se o óbito está diretamente relacionado com o atropelamento.

Caso isso fique comprovado, o caso pode passar a ser tratado como homicídio e não tentativa de homicídio.

JUSTIÇA ACEITOU A DENÚNCIA CONTRA O PADRE

A Justiça já aceitou a denúncia da promotoria, o que torna o padre réu. Entretanto, até a manhã dessa quarta-feira (27) não constava no processo informação sobre citação do acusado, que passou a declarar endereço em São Paulo.

INVESTIGAÇÃO

Durante as investigações, a polícia descobriu que o frei Gustavo, apesar de habilitado, deveria ter renovado a carteira de habilitação em fevereiro de 2020.

A defesa do padre mostrou um documento da União Europeia que o autorizava a dirigir. O aceite, do tempo em que ele morava na Espanha, no entanto, não é válido em território nacional.

Por esse delito, Gustavo deve responder apenas administrativamente junto ao Detran.

O inquérito policial indiciou o padre por tentativa de homicídio qualificado. Nas duas vezes em que a polícia fez pedidos de prisão, contudo, o Ministério Público se posicionou contra e os dois pedidos de prisão preventiva contra ele foram negados pela Justiça.

Já o homem atropelado chegou a ser preso em flagrante no dia do atropelamento, mas estava sendo investigado em liberdade. Segundo o BO, ele furtou três moletons e uma camiseta.

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