DESCASO

Após estalos no HGV, funcionários relatam trabalhar com medo

A aflição toma conta dos trabalhadores do Hospital Getúlio Vargas (HGV), que teve parte da estrutura interditada na quinta-feira (28), pela Defesa Civil

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FOTO: Reprodução/TV Jornal

A farmácia, o bloco cirúrgico, a sala de repouso e o centro de material do Hospital Getúlio Vargas (HGV), localizado no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, permanecem interditados pela Defesa Civil, por causa de rachaduras na estrutura do prédio.

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Os pacientes, acompanhantes e funcionários da unidade estão bastante apreensivos e temem que o prédio desabe. Segundo os próprios trabalhadores, o Corpo de Bombeiros recomendou a interdição do bloco cirúrgico, mas o local continua funcionando para procedimentos de urgência.

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Medo

Os sentimentos e aflição e medo tomam conta de quem frequenta o hospital. Uma funcionária que não quis se identificar falou sobre a situação. "Estamos trabalhando com medo, porque, a qualquer hora estala o prédio. Já desocuparam um lado, que está interditado, e o pessoal tá assustado. Ninguém sabe o que pode acontecer", afirmou.

De maneira geral, os trabalhadores reclamam também da ausência de informações, por parte da diretoria. "A gente não deixa nem que os pacientes saibam, para não alarmá-los e deixá-los tranquilos", completou a funcionária.

Interdição

Parte do prédio foi interditada pela Defesa Civil, durante a madrugada da última quinta-feira (28), quando pessoas que estavam na unidade de saúde ouviram um estalo na edificação, por volta das 23h. Uma equipe estava realizando uma cirurgia neurológica, quando piso da sala tremeu e houve o barulho. Ao término do procedimento, os pacientes do centro cirúrgico e da recuperação foram transferidos para outros setores.

De acordo com funcionários, que não quiseram se identificar, é possível ver diversas rachaduras dentro do hospital. Na área que foi interditada, inclusive, existem rachaduras e buracos no teto. Ainda durante a madrugada, equipes do Corpo de Bombeiros estiveram na unidade.

Cirurgias canceladas

Sobre o caso, o órgão enviou uma nota informando que foi acionado por volta da 1h20 e que foram identificadas rachaduras no prédio. Três blocos foram isolados e foi feita a evacuação dos pacientes. "Não houve vítimas provenientes dessa atuação, nem tumultos durante os procedimentos. A CODECIPE realizou vistorias e no local e, após análise, interditou apenas o 3º bloco da unidade", diz a nota.

Por causa da interdição feita pela Defesa Civil, cirurgias tiveram que ser canceladas. Dos quatro andares do hospital, dois estão interditados. Os pacientes foram transferidos do centro cirúrgico e da sala de recuperação para os setores de trauma e para a enfermaria. Ainda segundo profissionais, os leitos de UTI estão lotados e os problemas na estrutura do prédio vêm acontecendo há bastante tempo.